Coimbra

Marinho e Pinto diz que proibições como a da carne de bovino são “recurso dos aprendizes de ditadores”

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 20-09-2019

PDR diz que proibições como a da carne de bovino são “recurso dos aprendizes de ditadores”

 

 

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Lisboa, 20 set 2019 (Lusa) – O Partido Democrático Republicano (PDR) alertou hoje que as proibições são “o primeiro recurso dos aprendizes de ditadores”, referindo-se à decisão da Universidade de Coimbra de eliminar a carne bovina das cantinas.

Numa nota divulgada hoje, o partido liderado pelo antigo bastonário da Ordem dos Advogados António Marinho e Pinto manifesta “a sua profunda preocupação com a anunciada decisão do reitor da Universidade de Coimbra de proibir a carne de vaca no menu das cantinas daquela universidade”.

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“As proibições são sempre o primeiro recurso dos aprendizes de ditadores ou então de quem não é capaz de discernir para além dos ‘sound bites’ de ocasião”, refere aquela força política, acrescentando que a implementação desta medida é reveladora “de uma visão preconceituosa e obscurantista que cavalga oportunisticamente a onda mediática em voga”.

Apontando que esta instituição “sempre favoreceu visões plurais e abertas ao diferente e não proibições nem modelos de atuação” que impõem a “unicidade cognitiva ou de pensamento”, o PDR questiona se o reitor “tem poderes para sozinho determinar o que os estudantes dessa universidade podem ou não comer nas respetivas cantinas”.

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“Se a resposta for afirmativa, diremos que muito mal vai a Universidade de Coimbra, pois estará a recordar-nos alguns dos períodos mais negros da sua história; e se for negativa, então, esperamos que vozes mais lúcidas e espíritos mais abertos do que os do atual reitor se façam também ouvir”, salientou, vincando que “assim como uma andorinha não faz a primavera um reitor não faz uma universidade”.

Na ótica do PDR, “a demagogia e o populismo não são defeitos exclusivos dos partidos políticos que têm dominado a vida pública portuguesa”, pelo que o partido “lamenta que a Universidade de Coimbra, uma instituição que se tem notabilizado nas últimas décadas pela lucidez e clarividência dos seus dirigentes, esteja agora a trilhar as vias da demagogia de circunstância, do oportunismo mediático e do ‘fashion’ populismo”.

A força política fundada e liderada por Marinho e Pinto aponta que “só através de um raciocínio tortuoso e redutor é que se pode responsabilizar, ainda que parcialmente, o consumo da carne bovina pelos problemas ambientais e climáticos do planeta”, considerando que “há países em que o consumo de carne bovina está, praticamente, excluído, sem que alguém possa vislumbrar quais as vantagens climáticas ou ambientais daí decorrentes”.

O PDR aproveitou a oportunidade para manifestar “a sua solidariedade com os agricultores portugueses e apela a que não reajam dentro do mesmo paradigma de fanatismo e de irracionalidade”.

O reitor da Universidade de Coimbra anunciou na terça-feira que vai eliminar o consumo de carne de vaca nas cantinas universitárias a partir de janeiro de 2020, por razões ambientais.

Segundo o reitor da universidade, Amílcar Falcão, a eliminação do consumo de carne nas cantinas universitárias a partir de janeiro de 2020 será o primeiro passo para, até 2030, tornar aquela instituição na “primeira universidade portuguesa neutra em carbono”.

Falando na cerimónia de acolhimento, perante centenas de alunos, o responsável anunciou que a carne de vaca será substituída “por outros nutrientes que irão ser estudados, mas que será também uma forma de diminuir aquela que é a fonte de maior produção de CO2 que existe ao nível da produção de carne animal”.

Por ano, cerca de 20 toneladas de carne de vaca são consumidas nas 14 cantinas universitárias da UC.

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