Cidade

Manuel Machado discrimina Notícias de Coimbra

Notícias de Coimbra | 9 anos atrás em 05-07-2015

Numa época em que todos os estudos indicam que os leitores da imprensa digital superam já superam os leitores em papel, Manuel Machado recua 20 anos e prefere apostar nos meios de comunicação do passado e excluir e prejudicar os do presente… com futuro.

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MACHADO

Notícias de Coimbra sabe, apesar do Presidente da Câmara persistir em proibir os jornalistas de consultarem os documentos públicos das reuniões do executivo municipal, que a Câmara Municipal de Coimbra vai voltar a publicar as  suas deliberações em jornais da cidade.

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Escusado será dizer que a publicação dos “pontos”  em folhas de papel é uma informação, em termos genéricos, inútil, pois não leva o leitor directamente para o assunto. Se pretendessem divulgar a sério e de forma bem mais eficaz, a publicação online permitia  a “linkagem” directa aos processos anunciados.

Como vai sendo habitual nas propostas de contratos por ajuste directo que são votadas pelos vereadores, a informação interna a que NDC teve acesso não indica quais os jornais contemplados com a “ajuda” municipal, mas fonte próxima de Manuel Machado garantiu-nos que os eleitos são o Campeão das Províncias, As Beiras e o Diário de Coimbra.

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Não questionando a presença nos “diários tradicionais” ou no semanário, apesar das vendas deste serem residuais, não podemos deixar de referir que Manuel Machado opta por concentrar a publicidade nas publicações pertencentes a grupos editoriais ou económicos, afastando do “pote” o Notícias de Coimbra, a única publicação local independente dos poderes locais, pelo que esta postura configura uma clara tentativa de “censura económica”, colocando-nos em desvantagem perante a concorrência.

Já não é a primeira vez que Notícias de Coimbra é discriminado financeiramente pela CMC, pois o mesmo aconteceu quando foi lançada a Agenda 7 Coimbra, facto então lamentado por alguns vereadores da oposição. Entretanto,  a autarquia tem realizado algumas pequenas campanhas de publicidade, o que nos permitiu receber cerca de 1000 Euros durante os últimos 12 meses.

A proposta de deliberação que Manuel Machado vai levar a votação na reunião que se realiza amanhã, segunda-feira,  tem o valor de 23 062.50 Euros, mas diz apenas respeito aos próximos 6 meses, pelo que o valor que o município vai gastar até ao fim deste 4º mandato daquele que também lidera a Associação Nacional de  Municípios Portugueses pode chegar aos 100 000.oo Euros.

Regista-se a curiosidade de a justificação para este “investimento” na comunicação social local não ser subscrita pelo Adjunto de Manuel Machado que supervisiona a área das relações com os meios de informação, mas por um dos técnicos do gabinete de protocolo e comunicação, que por sua vez a remeteu para a chefe que depende desse contratado pela autarquia por sugestão da agência de comunicação que presta “serviços” ao município.

Recorde-se que essa consultora  “saiu”  da campanha eleitoral do então candidato socialista para “entrar” directamente na autarquia local que passou a ser liderada pelo vencedor Manuel Machado, demandou judicialmente Notícias de Coimbra.

Essa empresa, que dá pelo nome de Valor de Fundo, não gostou que Notícias de Coimbra tivesse descoberto este “acordo prévio” e para nos tentar silenciar pede uma indemnização de 38 000 Euros por alegados prejuízos provocados pela notícia, onde nem sequer constava o seu nome ou da insolvente Agenda Setting, com quem partilhou meios e pessoas

O Ministério Público não acompanhou esta acusação e o Tribunal entendeu não pronunciar Notícias de Coimbra, mas a empresa não desistiu de nos perseguir e avançou com recurso para a Relação de Coimbra, que ainda não proferiu a sua decisão.

No âmbito desse processo, a Valor de Fundo diz ter cobrado 7 500 Euros ao PS para fazer a campanha do seu candidato. Da Câmara de Coimbra, que tem uma dezena de funcionários com competências na área da comunicação (alguns deles emprateleirados) recebe 40 ooo oo por ano, mas Notícias de Coimbra desconhece qualquer tipo de trabalho da sociedade com sede na capital e que tinha, entre outras missões, de “vender Coimbra, o Metro e o Convento em Lisboa”.

Opinião de Fernando Moura

Director e proprietário de Notícias de Coimbra

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