Manifestação contra os incêndios podia ter acabado mal…

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 21-10-2017

Umas 3oo pessoas pediram hoje na Praça 8 de Maio, em Coimbra, “Respeito por Portugal”, numa iniciativa de homenagem às vítimas dos incêndios florestais.

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Depois de cinco minutos de silêncio e uma salva de palmas, os manifestantes entoaram “A Portuguesa”. 

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Depois, foram discursando livremente, até que alguns manifestantes se insurgiram contra  um jovem que usava da palavra, alegando que o mesmo estava a fazer aproveitamento partidário do evento, quando este acusava o PSD e o CDS de serem responsáveis pelo que está a acontecer.

“Não se aproveitem dos mortos”, pediram muitos. “Rua, rua, rua”, gritaram alguns descontentes com o rumo do discurso. “Estou aqui porque me disseram que o protesto era apartidário”, adiantava uma das senhoras que não gostou do que estava a ouvir. Não se aproveite da gente que está aqui, conclui outra.

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Os ânimos serenaram ao fim de alguns minutos, depois da maioria ter reiterado que o protesto era independente. Tudo acabou em bem, com mais uma interpretação do Hino Nacional, mas o protestante que viu o seu discurso interrompido não voltou a falar através do megafone que tinha um autocolante do movimento “MUDA AAC” (conotado com a esquerda).

Ainda falaram mais duas ou três pessoas, mas as suas intervenções não trouxeram nada de novo ao protesto que fica marcado por este momento de luta partidária.

Com flores brancas e alguns pequenos cartazes – “Fim do negócio do fogo”, Respeito por Portugal”, Reposição dos guardas florestais” por exemplo -, vários dos presentes na ação simbólica assinaram também uma petição com diversas propostas, a entregar na Assembleia da República.

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Maria Isabel, que viajou de Penacova, um dos municípios afetados pelos incêndios de domingo e de segunda-feira, disse estar presente na iniciativa, não tanto em protesto, mas sobretudo como homenagem àqueles que morreram, tanto agora como nos fogos de junho, que começaram em Pedrógão Grande.

“Foi um verão triste, com muitas vítimas. Quero homenageá-las e pedir melhorias neste sistema”, explicou.

João Carvalho, de Coimbra, também quis mostrar a sua “angústia” após os incêndios deste ano, que já vitimaram mais de cem pessoas, e marcou presença na Praça 8 de Maio para uma homenagem e para deixar um alerta.

“Falam do eucalipto e dos erros. Mas, mais do que isso, o que importa é resolver a situação, com um novo ordenamento. O Interior foi completamente abandonado e isso não aconteceu ontem nem hoje. Acontece desde sempre”, sintetizou.

Pela manifestação, que começou com cerca de 100 pessoas quando passavam poucos minutos das 4 da tarde, devem ter passado uns 300 aderentes, aos quais se “juntaram” alguns transeuntes, nomeadamente turistas, que visitavam a igreja de Santa Cruz.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

Veja o vídeo da transmissão NDC em directo:

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