Coimbra

Manifestação em Coimbra exige reabertura da urgência do Hospital dos Covões

Notícias de Coimbra com Lusa | 7 minutos atrás em 14-11-2025

Imagem: PAULO NOVAISLUSA

 Cerca de duas centenas de pessoas manifestaram-se hoje contra o encerramento do serviço de urgência do Hospital Geral (Covões) da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, ocorrido no início do mês, e exigiram a sua reabertura.

No protesto, que atravessou a ponte de Santa Clara e terminou na Praça 8 de Maio, no centro da cidade de Coimbra, os manifestantes entoaram frases como “Covões sim, encerramento não” e “a saúde é um direito, sem ela nada feito”, além de exibirem faixas.

“Um hospital destes que servia uma população de milhares e milhares de pessoas tem hoje a urgência e um conjunto de serviços clínicos encerrados, num definhamento que é um ataque ao Serviço Nacional de Saúde”, criticou Paulo Anacleto, do Sindicato Enfermeiros Portugueses (SEP), que convocou a manifestação.

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Em declarações aos jornalistas, o dirigente sindical defendeu a reabertura do serviço de urgência e das valências encerradas ao longo dos últimos anos no Hospital Geral – vulgarmente também identificado por Hospital dos Covões -, situado em São Martinho do Bispo, na margem esquerda do rio Mondego, que atravessa a cidade de Coimbra.

“Uma urgência de um hospital central encerrar, é altamente prejudicial para as populações”, lamentou Paulo Anacleto, salientando que, quase diariamente, a sala do serviço de urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra onde estão os doentes muito urgentes “tem tido o dobro do que devia ter”.

Este excesso de lotação significa, segundo o sindicalista, que “a urgência dos Covões faz muitíssima falta, não só aos profissionais, mas essencialmente à população”.

O dirigente do SEP considerou irresponsáveis e “não medidas” as declarações do diretor do Serviço da Urgência da ULS de Coimbra, em nome do conselho de administração, que assumiu a decisão de encerramento e de requalificar a urgência.

“Tanto não foi requalificada como foi desqualificada pelo seu encerramento e abertura de um Centro de Atendimento Clínico (CAC), que é um serviço de consultas”, sublinhou.

Apesar da chuva, as cercas de duas centenas de manifestantes percorreram algumas centenas de metros até terminarem em frente à Câmara de Coimbra, onde uma pequena delegação foi recebida pela presidente Ana Abrunhosa, que não prestou declarações sobre a situação.

Desde 01 de novembro que o Serviço de Urgência do Hospital dos Covões funciona como Centro de Atendimento Clínico (CAC), assegurando o atendimento clínico imediato e resolutivo a situações agudas não emergentes.

A alteração, de acordo com a administração, visa reforçar “a rede de respostas assistenciais de proximidade” e promover “uma maior adequação dos percursos dos utentes aos diferentes níveis de cuidados”.

Na nota enviada à agência Lusa, a ULS de Coimbra referiu que a decisão surge “na sequência da análise do perfil de atividade do serviço de urgência do HG [Hospital Geral], que registava entre 10 e 15 atendimentos diários, face a uma média de 450 atendimentos por dia no Serviço de Urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra”.

“Este desfasamento evidenciou a necessidade de reorganizar a resposta assistencial, garantindo a melhor utilização dos recursos e uma maior eficiência na resposta fora do horário normal de funcionamento das unidades de cuidados primários”, justificou.

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