Portugal

Mais de 250 académicos portugueses pedem que clima seja património da Humanidade

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 10-09-2021

Mais de 250 académicos portugueses propuseram hoje num abaixo-assinado que a futura lei portuguesa do clima reconheça o clima como património da humanidade.

PUBLICIDADE

No abaixo-assinado divulgado hoje, os académicos defendem que a lei de bases do clima em discussão na Assembleia da República – com projetos de seis partidos e duas deputadas não inscritas – deve considerar o clima estável como “um bem jurídico a proteger”.

A concretizar-se esta pretensão, Portugal seria país pioneiro a abrir “uma discussão mundial sobre o estatuto jurídico do clima”, definindo-o como “um bem comum que tem que ser gerido como um património comum que existe objetivamente no mundo natural”.

PUBLICIDADE

Os subscritores salientam que manter um clima estável é estrutural na sociedade e defendem que se vá mais além do que considerá-lo “preocupação comum da humanidade”, o estatuto que lhe dá o Acordo de Paris para limitação do aquecimento global.

Nesse acordo, “apenas se criou um sistema multilateral em que cada um se compromete a mitigar danos, com os resultados conhecidos”, apontam os signatários do documento.

PUBLICIDADE

publicidade

Num ano em que deverão ser revistas as contribuições determinadas nacionalmente para cumprir os objetivos do Acordo, está-se “num momento crítico para ainda ser possível evitar o ponto de não-retorno em termos de Alterações Climáticas”, adiantam.

A principal vantagem de considerar o clima como património seria relevar os danos que lhe foram causados mas também “os benefícios positivos gerados nesse património comum” das atividades humanas que visam a conservação ou reparação dos ecossistemas.

“Esta solução permite atribuir valor ao trabalho de conservação da natureza, sem ser necessário destruí-la para que seja reconhecida a criação de riqueza”, uma condição que consideram essencial para reduzir as emissões de gases poluentes com efeito de estufa e a remoção desses gases da atmosfera, “alterando o paradigma da destruição de recursos naturais para criar riqueza”, advogam.

O abaixo-assinado recolheu em uma semana 252 assinaturas de académicos das universidades do Porto, Coimbra, Lisboa, Nova, Aveiro, Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Católica e outros institutos.

A partir de hoje, está também aberto à participação de quem o quiser assinar como petição dirigida à Assembleia da República em https://participacao.parlamento.pt/initiatives/2280 .

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE