Líder do BE considera que eleição da Assembleia Constituinte da Venezuela não é um ato democrático

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 30-07-2017

A líder do Bloco Esquerda (BE), Catarina Martins, disse hoje no concelho de Oliveira do Hospital, que as eleições para a Assembleia Constituinte da Venezuela não são um ato democrático.

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catarina martins

“Na Venezuela não estão garantidas condições de liberdade e de pluralidade e há também uma enorme ingerência externa que condiciona muitas decisões que são tomadas e, portanto, sobre todos os pontos de vista diria que não estamos a olhar para uma situação democrática”, sublinhou a dirigente, que se deslocou ao acampamento do partido “Liberdade 2017”, que decorre no parque de campismo de São Gião.

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Quase 20 milhões de pessoas são hoje chamadas a votar naquele país da América do Sul para eleger uma Assembleia Constituinte, num sufrágio convocado pelo presidente Nicolás Maduro, com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.

O ato tem sido marcado pela polémica e está a ser alvo de protestos da oposição do país.

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A coordenadora do BE manifestou-se preocupada com a situação de instabilidade que se verifica naquele país da América do Sul e disse esperar que a comunidade portuguesa aí residente seja acompanhada da melhor maneira possível.

Catarina Martins sublinhou ainda que “o BE nunca confundiu a democracia com o ato formal de voto”, salientando que “há muitas ditaduras em que se vota, por exemplo em Angola, e não são uma democracia”.

“Portanto, o facto de existir hoje [na Venezuela] um ato em que as pessoas vão votar não significa que seja democrático, porque as condições da democracia exigem liberdade de expressão, pluralidade de opiniões, imprensa livre, e que haja capacidade dos próprios países tomarem decisões”, frisou.

A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou ainda que a estabilidade política em Portugal mede-se pelo cumprimento dos compromissos e pela ideia de que a política traz soluções às pessoas em vez de lhes criar problemas.

“Enquanto no quadro parlamentar cumprirmos todos a nossa parte, e o BE cumpre, para que todos os dias tenhamos soluções para as pessoas e não criar novos problemas, digamos que a estabilidade parlamentar está também assegurada”, enfatizou a líder bloquista.

A líder bloquista comentava a entrevista do Presidente da República ao Diário de Notícias, em que afirma que “os partidos da área do governo têm de decidir, a cada momento, se querem durar ou não até ao fim da legislatura”

Catarina Martins considera que atualmente se vive com estabilidade “porque as pessoas sabem que a maioria que existe e as posições conjuntas acordadas são para resolver problemas das pessoas”.

“Há estabilidade quando a política resolve problemas das pessoas em vez de criar problemas novos e, durante quatro anos, de maioria absoluta PSD/CDS-PP com a ‘troika’, vivemos com enorme instabilidade política porque as pessoas todos os dias tinham problemas novos”, frisou.

No entanto, a coordenadora do BE salientou que há divergências com o Governo em algumas matérias, em que é necessário dar passos, e que existem determinados compromissos “que estão a demorar mais tempo do que deveria acontecer para serem assumidos”.

Sobre a negociação do próximo Orçamento de Estado, Catarina Martins disse que existem “dificuldades, que não significam instabilidade, mas que significam que é preciso partir muita pedra para chegarmos às melhores soluções em caminhos que os partidos têm algumas divergências”.

“Se formos fazendo este caminho de criarmos soluções, de recuperarmos rendimentos de trabalho e das pensões, recuperar direitos de quem trabalha e, também muito importante, se fortalecermos os serviços públicos e a capacidade do Estado responder às populações, temos condições para fazer o caminho que temos pela frente”, sublinhou.

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