Coimbra

Líder da Distrital de Coimbra do PSD defende reflexão séria sobre resultado eleitoral

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 07-10-2019

O presidente da distrital do PSD de Coimbra, Paulo Leitão, disse hoje que a votação no seu partido, nas eleições deste domingo, exige “uma reflexão séria e sem precipitações”.

PUBLICIDADE

Os resultados das legislativas de 06 de outubro “não foram positivos” para os sociais-democratas, reconheceu, em declarações à agência Lusa, o dirigente do PSD, sustentando que o seu partido “concorre sempre para ganhar e para formar governo”.

O PSD “não pode ir a votos numa perspetiva de perder por poucos”, sublinha.

PUBLICIDADE

Sobre a demissão ou a permanência de Rui Rio na liderança do partido, Paulo Leitão entende que “deve ser dada a palavra aos militantes”, no âmbito das eleições diretas para presidente do PSD, previstas para final deste ano/início de 2020.

“O PSD terá de fazer uma reflexão séria e sem precipitações e corrigir o que tem de ser corrigido”, designadamente no âmbito do seu próximo Congresso, agendado para o princípio do próximo ano, disse ainda à agência Lusa o presidente da Comissão Política Distrital dos social-democratas de Coimbra.

PUBLICIDADE

publicidade

Estas e outras questões devem ser tratadas no interior do PSD e não “fora do partido”, sustenta Paulo Leitão, que também é vereador na Câmara Municipal de Coimbra e foi eleito deputado, por este distrito, nas legislativas de domingo.

Para o antecessor de Paulo Leitão e atual presidente da Mesa da Assembleia Distrital do PSD de Coimbra, Maurício Marques, os resultados eleitorais de domingo foram “péssimos”, Rui Rio deve demitir-se e o partido reunir “urgentemente” em congresso.

Estes resultados são “os piores de sempre”, são “péssimos”, disse hoje à agência Lusa, Maurício Marques.

A votação no PSD “é fruto da estratégia definida pelo [seu] presidente”, Rui Rio, e “sua [atual] direção”, sustenta ainda, considerando que a liderança do partido “passou um ano e meio a combater os opositores [internos] e a tentar fazer acordos com António Costa e o PS”.

“Não me resigno com estes resultados”, sublinha.

Nestas eleições, “o PSD venceu apenas aquilo em que [o seu presidente] não acreditava – as sondagens”.

Rui Rio deve demitir-se e o partido deve reunir-se “o mais rapidamente possível”, defende Maurício Marques, esperando que, além de antecipada, a reunião magna dos social-democratas também “seja transparente” e que nela “todos os militantes possam expressar as suas opiniões”.

A Rio deve suceder “uma liderança agregadora, que galvanize e mobilize o partido”, preconiza o ex-autarca e deputado do PSD até agora.

Uma formação política como o PSD “tem sempre alternativas” para a liderança, sustenta ainda Maurício Marques, sem adiantar nomes.

Se em fevereiro deste ano, Rui Rio tivesse sido substituído, o PSD teria “id ACLo a tempo” de vencer estas eleições, acredita o dirigente social-democrata, alegando que o primeiro-ministro António Costa, com os erros que cometeu, era “perfeitamente combatível e vencível”.

Mas Rui Rio, durante ano e meio “preocupou-se mais em combater militantes [do PSD] do que o Partido Socialista”.

“Precisamos de uma liderança agregadora, que inclua e não que exclua”, insiste, concluído que “esta liderança não gostava do partido, era hostil ao partido”.

O PSD de Rui Rio obteve no domingo o pior resultado do partido em legislativas dos últimos vinte anos, mas apenas em percentagem, já que conseguiu eleger mais deputados do que Pedro Santana Lopes em 2005.

Quando estão apuradas todas as freguesias do território nacional, os sociais-democratas obtiveram 27,9% dos votos, correspondentes a 77 deputados (e mais de 1,4 milhões de votos) – ainda faltam atribuir os quatro mandatos da emigração -, e ficou a nove pontos percentuais do PS.

O PSD só por três vezes na sua história teve um resultado inferior em percentagem em eleições para o parlamento nacional: o pior aconteceu em 1976, nas primeiras eleições para a Assembleia da República, quando o partido então liderado pelo fundador Francisco Sá Carneiro alcançou 24,35% dos votos e elegeu 73 deputados (correspondentes a 1,3 milhões de votos), no único sufrágio em que o parlamento elegeu 263 parlamentares.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE