Opinião

Liberdade “quase” roubada

OPINIÃO | Angel Machado | 2 meses atrás em 13-03-2024

Depois da grande depressão que se abateu sobre nós, os dias que se sucederam foram destinados ao livre arbítrio egocêntrico. Regressar ao que antes parecia normal é um exercício melindroso que exige muito da vida, embora o tempo tenha sugado a esperança.

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Na minha juventude, eu ignorei os malefícios do tabaco, dos raios ultravioletas, do sedentarismo industrializado e a inquietação da política. Ninguém desiste da infância, aliás, não fomos educados para desistir de nada, a humanidade não precisou de técnica para influenciar essa realidade volátil.

Diz-me a experiência que há sempre um verso que anuncia o melhor da vida, ainda que esteja, apenas, anunciado num futuro qualquer. A mensagem subliminar é que a nossa liberdade “quase” foi roubada.

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Como podemos falar de futuro sem olharmos para trás? A realidade atual está a corresponder a um abismo. O território humano é uma selva, os livros de filosofia explicam um pouco essa natureza irracional, o pensamento ilógico e a autodestruição. 

Passamos a infância a desenvolver habilidades, e a coisa mais bonita desse tempo foi a inocência. Crescemos e sentimos o descalabro da maturidade. Qual é a consequência de uma escolha banal? Atualmente, os reacionários fingem não compreenderem a dinâmica do poder; e os sensatos, sem credibilidade, não avançam com as suas opiniões. A verdade é que não confiamos na imagem que refletimos.

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Depois de uma longa noite de domingo, a retina não identifica mais nada e percebo que há uma virtude que transcende a especulação: a responsabilidade. 

O tempo passou depressa, esqueci o que era urgente. 

OPINIÃO | ANGEL MACHADO – JORNALISTA

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