“Pedro e Inês e os pares amorosos com desfecho trágico – do mito à realidade” é o tema da conferência que abre a terceira edição do ciclo “Sabores da Escrita”.
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No mês dedicado ao amor, a 23 de fevereiro, a partir das 20:00, a Casa da Escrita recebe António Rebelo (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) para proferir uma conferência que dará conta da abundância de casos de pares amorosos com desfecho trágico na literatura universal,na qual destacará os amores de Pedro e Inês,um entre muitos casos reais de amor trágico que empolgaram escritores e o público em geral.
O olhar crítico de António Rebelo recairá, por conseguinte, na exploração dasdiferentesmanifestações de amores trágicos, desde as relações amorosas que se situam no plano estritamente mitológico àquelas baseadas em casos reais, nos quais o universo ficcional e o universo empírico se sobrepõem. Na literatura, segundo o investigador,a tragicidade é explorada recorrendo a elementos comuns a outras histórias de sucesso literário. Os conteúdos deixam-nos sempre um sabor amargo, em relatos onde não faltam pontualmente filtros amorosos e poções mágicas.
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Numa perspetiva distinta, focalizada na união da época de Pedro e Inês ao património gastronómico de então, Maria Helena da Cruz Coelho (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) fará uma breve intervenção baseada no tema “Sobre a mesa em tempos de Pedro e Inês”, sessão que evocará, em simultâneo, os 650 Anos da Morte de D. Pedro I (1320-1367).
Depois de ambas as intervenções abrem-se as portas da Sala de Jantar da Casa da Escrita, outrora habitada pelo poeta João José Cochofel, para aí ter lugar um jantar temático envolto em cenas teatralizadas,que remontam à época de Pedro e Inês, pela Companhia de Teatro Viv’Arte.
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Da ementa, confecionada sob coordenação do chef Luís Lavrador (SASUC) consta, como antipasto, pão alvo, fogaça, queijo fresco e seco, linguiça na brasa, pastéis de pescado, coelho do monte abafado com cebola, vinagre e marrã e vinho branco. O prato principal (pasto) é composto por caldo de carne ensopado, naco de vitela assado no espeto com verças temperadas e pão e vinhovermelho. À sobremesa (sobrepasto) será servida fruta coberta com melaço, vianda de leite, bolinhos fritos, biscoitos de flor de laranjeira e vinho doce.
A adesão ao jantar requer inscrição prévia, presencialmente, na Casa Municipal da Cultura, à Rua Pedro Monteiro (informações através do telefone 239 702 630), com custo no valor de 15 euros/pessoa e de 7,50 euros para crianças dos 6 aos 12 anos. É de acesso gratuito a crianças até aos 5 anos de idade. O pagamento deverá ser feito no ato de inscrição, limitadas a 50 lugares.
O ciclo “Sabores da Escrita” decorrerá mensalmente, entre fevereiro e junho, com o intuito de aliar a escrita à mesa, folheando páginas de narrativas ligadas a Coimbra, bem como a aspetos mais envolventes das ementas elaboradas com base nos testemunhos deixados por figuras influentes na cultura e na história local.
Além do amor trágico de Pedro e Inês destacam-se, na quarta edição do evento, outros temas, cumprindo-se a seguinte programação:
31 de março | “Mesa de delícias da Grécia Antiga – Poema gastronómico de Arquestrato”, por Carmen Soares (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra);
28 de abril | “Camilo Castelo Branco: leis da alma, imperativos do estômago”, por Maria Eduarda Santos (Instituto Politécnico de Castelo Branco);
26 de maio | “Gula, glutões e luxúria no Barroco: Frei Lucas de Santa Catarina, Gregório de Matos e outros mais”, por Paulo Silva Pereira (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)
30 de junho | “É um almoço, essa mulherzinha!. Condição feminina, gastronomia e imaginários masculinos nos finais do século XIX”, por Irene Vaquinhas (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra).
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