Coimbra

Jaime Soares diz que “de uma penada só, acabaram com as duas”

Notícias de Coimbra | 8 meses atrás em 25-08-2023

O antigo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares critica veemente a realização conjunta no mês de agosto das Festas de Nossa Senhora das Necessidades e da Feira de Artesanato – Poiartes.

PUBLICIDADE

“De uma penada só, acabaram com as duas” iniciativas marcantes para este concelho, sublinha Jaime Marta Soares, notando que a edição de 2023 da Feira de Artesanato foi “um tremendo fracasso, já que foi bem evidente a falta de artesãos genuínos”.

O social democrata afirma, ao Notícias de Coimbra, que “de desgraça em desgraça até à desgraça final” Poiares “está a viver um dos momentos mais complexos e difíceis da sua nobre e digna história, com a destruição dos valores culturais, sociais, costumes e tradições religiosas”.

PUBLICIDADE

Para o antigo presidente da Autarquia “há dois culpados muito grandes”: a Provedoria da Irmandade de Nossa Senhora das Necessidades  e a Câmara Municipal.

“Há dois anos entendeu a Provedoria da Irmandade de Nossa Senhora das Necessidades, de acordo com os membros do Partido Socialista na Presidência da Câmara Municipal, Assembleia Municipal e restantes órgãos, levar por diante uma desastrosa inovação, avançando para a realização conjunta das Festas de Nossa Senhora das Necessidades e da Feira de Artesanato – Poiartes”, recorda.

PUBLICIDADE

publicidade

O ex-autarca lembra que a festa em honra da Padroeira da Vila Nova de Poiares realizava-se há mais de um século, na primeira ou segunda semana do mês de agosto, atraindo milhares de poiarenses e a Feira de Artesanato – Poiartes na segunda semana do mês de setembro trazendo pessoas de norte a sul do país.

A junção dos dois eventos é classificada por Jaime Marta Soares  “como uma decisão absurda e autoritária” que mostra total “desrespeito pelos valores culturais, éticos e tradições religiosas”.

“Eu não sou contra a inovação”, garante, referindo que “temos que ver se essa inovação vai ao encontro das convicções e dos sentimentos das populações”.

“Tudo isto realizado à revelia da maioria dos poiarenses”, sustenta, lembrando que basta ver as redes sociais ou passear pela vila para saber que a população não está satisfeita com a junção dos dois eventos.

O militante do PSD  lembra, ainda, a homilia proferida pelo Bispo de Coimbra, durante a missa em honra da padroeira . “Que bom foi assistir à beleza cristã desta homilia e ver a cara dos protagonistas presentes, cuja mensagem de Cristo lhes encaixou que nem uma luva”, revela.

Jaime Marta Soares garante, ainda, ao NDC, que vai pedir uma audiência a D. Virgílio Antunes.

O “dinossauro” do poder autárquico em Portugal adianta que “qualquer partido político tem a obrigação de pôr as suas inteligências ao serviço da causa pública” e espera que  esta situação não se repita no futuro e que se volte a separar as duas iniciativas: Festas de Nossa Senhora das Necessidades  em agosto, “da responsabilidade da Provedoria da Irmandade com o apoio da Câmara Municipal” e Feira de Artesanato – Poiartes em setembro, “com total responsabilidade da Autarquia”.

O Notícias de Coimbra pediu à Câmara Municipal de Poiares e à Provedoria da Irmandade de Nossa Senhora das Necessidades um comentário à entrevista.

(Notícia atualizada às 20:45)

Em resposta ao Notícias de Coimbra, o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, João Miguel Henriques refere:

“As declarações proferidas pelo Sr. Jaime Soares são absolutamente degradantes. Ao ouvir a entrevista parece que recuei 50 anos, aos tempos do Estado Novo, em que o papel da Igreja e do Estado se misturavam e confundiam. Além disso, representa uma péssima imagem para o concelho de Vila Nova de Poiares, para as suas instituições e para as pessoas em geral. Lamento profundamente que, com objetivos de afirmação política, se ponha em causa o bom nome e imagem de uma instituição secular como a Misericórdia de Vila Nova de Poiares, os seus órgãos dirigentes e as pessoas que ali trabalham. Deveria respeitar, goste ou não das pessoas, todos aqueles que, de forma gratuita, altruista e sem qualquer interesse, dedicam uma vida a estas instituições – seja a Misericórdia, ou qualquer outra IPSS – que permitem dar resposta social a tantas pessoas necessitadas do nosso concelho. Se o Sr. Jaime Soares pretendia protagonismo devia preocupar-se em fazer política de forma moral e eticamente correta, dirigindo-se aos atores políticos e não atacando estas pessoas.”

Veja o vídeo:

 

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE