Região

Francisco Reigota (PS) quer impedir quarto mandato seguido do PSD em Mira

Notícias de Coimbra com Lusa | 13 minutos atrás em 26-09-2025

O atual presidente da Junta de Freguesia da Praia de Mira, Francisco Reigota (PS), é candidato à Câmara Municipal daquele concelho do litoral norte do distrito de Coimbra, e quer impedir um quarto mandato consecutivo do PSD.

Em declarações à agência Lusa, o candidato socialista às eleições autárquicas de 12 de outubro disse que se candidata porque o concelho “não tem o desenvolvimento de que necessita, e não tem a organização dos serviços municipais nem o planeamento e o rigor de gestão pública de que necessita”.

O candidato camarário, que cumpriu três mandatos consecutivos como presidente da Junta da Praia de Mira, adiantou que os territórios de Mira, distribuídos por quatro freguesias, “não estão cuidados com o cuidado que merecem e as pessoas acabam prejudicadas de forma direta”.

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Francisco Reigota defendeu a necessidade de a autarquia profissionalizar a sua gestão e “mudar estruturalmente, para que o concelho tenha outro nível de desenvolvimento e uma visão diferenciada”.

“Mira é um concelho cheio de potencial e esta frase é dita e redita há décadas. A diferença é que eu quero deixar de ter um concelho com potencial, para ter um concelho com esse potencial afirmado”, frisou.

Deu o exemplo da componente ambiental e de Natureza – do sistema hídrico onde se insere a Barrinha de Mira, à frente marítima e à floresta em redor – que não foram obra do poder político, mas que cabe aos políticos “proteger a Natureza e potenciá-la, que é algo que ainda falha e, ao falhar, colocamos em risco o melhor que temos”, alegou o candidato.

“Identificamos o turismo como a área base, estrutural, mas na própria estrutura municipal nem sequer temos um gabinete de turismo. E isso tem de ser alterado”, vincou Francisco Reigota.

“Nem temos ninguém que pense o turismo no concelho de forma profissional, e isto revela amadorismo, revela que quem está a liderar-nos, seguramente, tenta fazer o melhor, mas isto não é uma questão de coração nem de vontade. É uma questão de sabedoria, de programação e organização”, argumentou.

Por outro lado, Francisco Reigota admitiu que o município de Mira tem bons eventos, mas notou que as iniciativas ocorrem “desgarradas de uma estratégia”.

“Há eventos bons que devem estar dentro do tal projeto alargado de turismo de que Mira precisa e merece. Há coisas que são bem feitas, mas temos de identificar os eventos-âncora, saber, durante um ano, 12 meses, o que vamos fazer, tem de haver um plano e não podemos andar, constantemente, em reação”, advogou.

“Se nos vêm falar de atletismo, apoiamos, a seguir é ping-pong, apoiamos. Depois é andebol, apoiamos. E não podemos querer ir a jogo com tudo, porque se queremos tudo, acabamos por ficar com pouco”, ilustrou o candidato do PS.

Francisco Reigota deu ainda o exemplo da Bandeira Azul de Mira – o único município do país e da Europa que recebe o galardão há 39 anos seguidos – e que “tem de ser um desígnio coletivo”, defendeu.

“Isto projeta-nos para uma qualidade ambiental enorme. Mas, no entanto, não temos uma estratégia de desenvolvimento desta marca e ela tem de existir”, alegou.

Nas eleições autárquicas de 12 de outubro em Mira, para além de Francisco Reigota, vão a votos o atual presidente da Câmara, Artur Fresco (PSD), que assumiu o cargo há dois anos, aquando da saída de Raul Almeida (entretanto falecido) para a Turismo Centro de Portugal e almeja um quarto mandato consecutivo para os social-democratas.

O Chega candidata o atual deputado municipal Augusto Miranda e a CDU aposta na professora e explicadora Ana Jorge.

Nas eleições de 2021, o PSD garantiu a maioria absoluta em Mira com mais de 59% dos votos (cinco mandatos), contra dois mandatos (30,9%) do PS.

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