Coimbra

Figueira da Foz: 60 jovens universitários debateram questões europeias na Academia Europa

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 29-10-2019

Durante três dias, as questões mais relevantes da União Europeia foram temas de debates na 2.ª edição da Academia Europa, que este ano se realizou na Figueira da Foz.

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Esta iniciativa do Núcleo Associativo para os Estudos Europeus em Coimbra (NAPEEC) e do Centro de Informação Europe Direct Região de Coimbra (CIED RC), juntou, na Casa do Paço da Figueira da Foz, cerca de 60 estudantes universitários, entre os 18 e os 30 anos, provenientes de diversos pontos do país, e um painel de oradores dos partidos portugueses com assento no Parlamento Europeu.

Ao longo dos dias 25, 26 e 27 de outubro, foram abordados diversos assuntos relacionados com a Europa de hoje, entre os quais alterações climáticas e o futuro do projeto europeu.

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O primeiro dia foi dedicado à descentralização e à política regional.

«O primeiro passo é reconhecer o estatuto de baixa densidade. Seria essencial haver um programa para esta baixa densidade. Temos de ser mais criteriosos, particularmente nesses centros de baixa densidade», defendeu Luís Matias, presidente do Município de Penela, que teve como parceiros de painel João Pimenta Lopes, do PCP, e Jorge Brandão, da CCDRC.

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«A política regional em Portugal, basicamente, tem a ver com os fundos europeus. Ou seja, a política regional está condicionada a estes fundos, que melhoram substancialmente as condições de vidas das pessoas, da economia. E isto tudo só é possível por estarmos integrados na União Europeia», frisou Jorge Brandão, destacando a necessidade de «trabalhar com as pessoas que estão no interior e melhorar esses locais». 

O Brexit e suas consequências para a Europa e Portugal foi um dos temas mais esperados dos painéis.

A professora da Universidade de Coimbra (UC), Dina Sebastião, e o professor e investigador da Universidade Portucalense (UP), Tiago Ferreira Lopes, partilharam a sua visão sobre o assunto com os jovens.

«O Brexit só tem um aspeto positivo, pela vertente pragmática: a facilitação da União Europeia para acordos futuros, porque o Reino Unido tem sido relutante em algumas áreas. No resto será só negativo, sobretudo pela União Europeia ser um projeto de paz e coesão para a Europa, que tem tido vários aspetos positivos, principalmente no desenvolvimento económico de vários estados membros», realçou Dina Sebastião.

Segundo a professora da UC, «se o Reino Unido sair completamente da União Europeia, vai regressar à regulação britânica de 1973. Coloca-se aqui a questão de haver um caos legislativo no próprio país. E depois há também o espaço negocial, que fica debilitado. Sendo aprovado este molde de saída do Brexit, o Reino Unido vai ter mais a perder do que a União Europeia».

Por sua vez, Tiago Ferreira Lopes disse que o «facto da União Europeia aceitar este jogo [de permanência ou saída do Reino Unido], não beneficia a instituição». O investigador destacou ainda que «o custo político de um não Brexit é maior de que um Brexit», devido ao Parlamento Europeu estar “parado” desde maio com este assunto.

O debate sobre a segurança da União Europeia foi o que gerou mais interação entre os oradores e o público.

A reconhecida investigadora Diana Soller respondeu a várias perguntas dos jovens da II Academia Europa sobre a importância da NATO na defesa da união Europeia, no painel “Relações transatlânticas europeias e defesa da Europa”.

«A NATO permanecerá a exercer as suas atividades enquanto os “atores” assim o entenderem», disse, destacando que «como organização de defesa, a NATO tem tido um desempenho mais presente nos últimos anos». Como portuguesa, resumiu, «posso dizer que a NATO é extremamente importante, pois tem permitido a nossa segurança e que a Europa se desenvolva, sem que cada país tenha de criar a sua própria força militar».

As alterações climáticas, como parte da agenda da União Europeia, foram o tema do último debate da Academia Europa, que contou com a eurodeputada Lídia Pereira e o deputado João Ataíde.

«O grande objetivo que temos pela frente é investir em tecnologia inovadora que seja capaz. A União Europeia tem um papel fundamental através da agenda ambiental e da política. Temos de lutar por um futuro mais auspicioso, pensar a longo prazo, para garantir a qualidade de vida da geração atual e de gerações futuras», explicou Lídia Pereira. E concluiu realçando que «por sermos um país com muitas horas de sol, Portugal pode ser uma referência, não só na economia azul, mas também na questão da energia renovável».

Houve ainda espaço para os jovens conhecerem a arte urbana do Município da Figueira da Foz.

Esta edição da Academia Europa, tal como a primeira edição, teve uma avaliação bastante positiva por parte dos jovens universitários e pelos oradores, estando a organização a preparar já a edição do próximo ano, noutro município da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.

A iniciativa teve o apoio da Câmara Municipal da Figueira da Foz, da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu e da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.

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