Primeira Página
Esta pastelaria tem flamingos, cangurus e 1 história de fazer chorar. É na Região de Coimbra
Quem passa na EN111, em Tentúgal, costuma parar na Pastelaria Moinho Novo para comprar os famosos pastéis de Tentúgal, bolo-rei ou outras tentações. Mas quase ninguém imagina o que este espaço “esconde” atrás da montra doce.
E o que esconde? Um verdadeiro refúgio, onde a doçaria dá lugar a flamingos, cangurus, cascatas, jardins e memórias de família que transformaram um sonho num dos espaços mais surpreendentes da região de Coimbra.
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Doçaria na frente, uma pequena quinta nas traseiras
Mal estacionamos o carro, percebemos que algo não é “normal” para uma pastelaria. Há um parque infantil, um jardim imenso e… animais. Muitos animais.
Flamingos, cangurus, esquilos, alpacas, cisnes, patos ornamentais e até galinhas do Japão. Sim, leu bem.
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O gerente, José Carlos, explica-nos, com um sorriso orgulhoso: “Temos uma grande variedade de espécies. Flamingos, cangurus, cabrinhas anãs, cisnes, grous coroados… O melhor é mesmo virem ver. E é tudo gratuito.”
O espaço começou minúsculo, apenas como um hobby do proprietário — e rapidamente se tornou uma das maiores razões pelas quais tantas famílias visitam a Moinho Novo.
“Percebi que as pessoas adoravam. E eu também. A minha forma de desanuviar é trabalhar nos jardins, mexer na terra. Isto cresceu porque faz sentido e porque traz alegria às pessoas.”
Um paraíso para crianças — e para adultos que precisam de respirar
Além da mini-quinta, há um parque infantil e um jardim onde muitos clientes já têm ritual:
compram o café e o pastel, levam na bandeja e sentam-se ao ar livre, junto à cascata.
“Não somos só uma pastelaria. Temos um espaço de lazer que as pessoas podem e devem usufruir. É tranquilo, é diferente.”
E é verdade. Basta estar alguns minutos sentado para sentir a paz que este recanto transmite.
O nome Moinho Novo não é por acaso — é uma homenagem poderosa
Atrás da pastelaria está um moinho verdadeiro — e uma história que emociona.
José Carlos partilha connosco a força que esteve na origem deste projeto:
“Esta é a minha história, a história do meu pai e da minha avó. Cresci com muitas dificuldades. O Moinho Novo era a povoação onde viviam. Perdi o meu pai aos oito anos e fui trabalhar para Tentúgal aos doze.”
Foi na doçaria conventual que encontrou o caminho e, mais tarde, a motivação para criar um espaço seu.
Mas foi a avó, figura central da sua infância, que inspirou o nome e o espírito do projeto.
“A minha avó ajudou a criar-nos. Andava quilómetros descalça para cuidar de nós. Disse sempre que quando tivesse um espaço seria Moinho Novo. Ela ainda veio à inauguração. Foi a minha grande homenagem.”
O moinho que ali vemos não é apenas decoração: é símbolo de um legado, de resiliência e de gratidão.
Hoje, a Moinho Novo é muito mais do que uma pastelaria: é um espaço de experiências.
Cresceu com trabalho, família e amor às raízes.
“Começámos do zero. Com muito trabalho, eu e a minha esposa chegámos até aqui. E vamos continuar, se houver saúde.”
Por isso, se passa na EN111 e pensa: ‘é só mais uma pastelaria’… pare. Entre. Atrás da porta há um mundo.
O cheiro dos pastéis de Tentúgal é apenas o início.
O resto — os jardins, os animais, a história — só descobre quem atravessa a porta.
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