Política
Ensaio de canalhice que não verga a dignidade jornalística
Imagem: Reprodução redes sociais
O presidente da Câmara de Coimbra acaba de conceber uma canalhice com que humilharia o jornalista Lino Vinhal; mas não resultou.
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As canalhices em tubo de ensaio assemelham-se às ameaças do ponto de vista criminal, umas e outras só são puníveis se forem levadas a sério pelos visados.
José Manuel Silva e o jornalista (director do semanário “Campeão”) rumaram à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), para uma tentativa de conciliação, na sequência de um diferendo gerado pela divulgação de uma entrevista concedida por Bruno Paixão, cujo teor irritou o autarca ((Im)prefeito: Meter golo em baliza própria – Notícias de Coimbra (noticiasdecoimbra.pt).
E que queria o prefeito? ‘Só’ isto – que o jornalista desse o dito por não dito e dissesse que a exclusão de Ana Abrunhosa – potencial candidata do PS à presidência da Câmara conimbricense -, feita pelo autarca de um painel de oradores, não deve ser narrada como uma recusa do nome.
“Recusa do nome de Ana Abrunhosa” é o teor do antetítulo de uma peça jornalística, publicada a 09 de Maio [de 2024] pelo sobredito semanário. Volvida uma semana, o prefeito exerceu direito de resposta, acusando o “Campeão” de mentir, mas não exerceu direito de rectificação, ciente, por certo, de nada haver para rectificar (https://www.noticiasdecoimbra.pt/um-parentesis-traicoeiro-para-jose-manuel-silva/).
Num exercício hostil à liberdade de expressão, José Manuel Silva usou o direito de resposta para tentar enxovalhar Notícias de Coimbra (NDC), tendo aproveitado para lembrar que também este Jornal foi alvo de um reparo da ERC.
“Não espera para a semana um pedido de desculpas a Notícias de Coimbra (…), por ter sido chamado a este assunto sem nada ter a ver com ele”, escreveu a direcção editorial do “Campeão”, motivo por que a ERC entende sujeitar o Jornal a eventual procedimento de contraordenação.
O assunto atinente ao semanário continua na Entidade Reguladora na medida em que Lino Vinhal, num registo consentâneo com a dignidade profissional que o caracteriza, se demarcou da “alfinetada” infligida pelo prefeito a NDC.
Se José Manuel Silva fizesse uso de engenho e arte, neste episódio, diria haver sido o semanário induzido em erro pelo entrevistado Bruno Paixão.
O ‘golpe de asa’ que faltou ao prefeito consistiria em proclamar a inclusão de Ana Abrunhosa no painel de oradores de “Conferências políticas / 2024”, evento concebido para ocorrer a 08, 09 e 10 de Novembro. O autarca mostraria ser avesso a vetos como o que Bruno Paixão lhe imputou e deixaria de ter necessidade de querer que no registo jornalístico a recusa desse lugar a um eufemismo qualquer.
OPINIÃO I RUI AVELAR – JORNALISTA
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