Coimbra

Empresa de Coimbra identifica abatimento do pavimento da A8 junto à Mina de Ribeiro Seco

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 09-01-2020

Empresa de Coimbra identifica abatimento do pavimento da A8 junto à Mina de Ribeiro Seco

A empresa de Coimbra Theia identificou um abatimento do pavimento da A8 de dois centímetros por ano, junto à Mina de Ribeiro Seco, em Alcobaça.

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A análise, feita em novembro de 2019, com recurso a imagens de satélite, permitiu identificar “algumas zonas da A8, junto à exploração mineira [de Ribeiro Seco], onde se observa uma velocidade de abatimento do pavimento da autoestrada e zona envolvente na ordem dos dois centímetros por ano”, disse à agência Lusa um dos fundadores da Theia, Ricardo Cabral.

A ‘startup’ de Coimbra, que venceu o prémio europeu Copernicus Masters, instituído pela Comissão Europeia e pela Agência Espacial Europeia (ESA), fez a análise à A8, no âmbito de um estudo de viabilidade financiado pela ESA, que pretendia “averiguar o potencial de utilização de dados de satélite para monitorização remota de redes viárias e zonas envolventes”.

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Para a análise da A8, a empresa recorreu a cerca de 30 imagens de satélite que remetem para o período entre agosto de 2018 e agosto de 2019, explicou, referindo que vários estudos “levados a cabo com esta tecnologia apontam para margens de erro entre cinco e nove milímetros”.

As conclusões do estudo, afirmou Ricardo Cabral, foram comunicadas à Auto-Estradas do Atlântico, a concessionária daquela estrada, no final de novembro.

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Segundo Ricardo Cabral, a Theia está a fazer a mesma análise para outros troços da A1, A8, A13, A17, A19 e linhas de ferrovia do Norte e do Oeste, estando em fase de análise dos resultados.

Questionada pela Lusa, a concessionária referiu que tem estado a acompanhar “com as entidades oficiais a situação da Mina do Ribeiro Seco junto à A8”, sendo que nas inspeções e campanhas periódicas aos pavimentos não detetou quaisquer “irregularidades” no local.

Já a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) referiu que o processo de avaliação de impacte ambiental está ainda a decorrer, não tendo sido emitida a decisão, que deverá ser comunicada ao proponente até 28 deste mês.

Sobre a avaliação da empresa Theia ao risco de abatimento do pavimento da A8 na zona envolvente à exploração mineira, a agência referiu que, embora não tenha conhecimento do estudo, “o facto de existir uma infraestrutura rodoviária está obviamente a ser tido em conta na avaliação que se encontra em curso, no âmbito da qual foi solicitada a pronúncia das entidades com competência no âmbito do licenciamento e gestão da referida infraestrutura”.

Em novembro, a Quercus alertou para o perigo de acidentes ou abatimento do piso da Autoestrada 8 (A8) se for licenciada a mina, em consulta pública, mas já parcialmente explorada, na fronteira entre os concelhos de Alcobaça e Nazaré.

A concessão de licença à Mina de Ribeiro Seco prevê uma área total de exploração de 67,6 hectares, localizados nos concelhos da Nazaré e de Alcobaça e atravessados pela autoestrada.

O pedido de licenciamento foi feito pela empresa Sarbloco SA, posteriormente adquirida pelo grupo ParaPedra e que adotou a designação de Sifucel, visando a exploração de minerais para a “produção de quartzo e caulino para abastecimento das indústrias cerâmica, vidreira e de construção civil”, de acordo com os documentos em consulta pública.

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