Saúde

É verdade, pode (mesmo) ser alérgico às relações sexuais

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 meses atrás em 26-01-2024

Há mesmo coisas simples que podem provocar uma alergia ao sexo. As mulheres são as mais afetadas, mas os homens não estão imunes.

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O que acontece é que há quem durante o ato sexual possa “não reconhecer os sintomas como uma reação alérgica”, porque “são semelhantes às mudanças físicas que ocorrem durante o sexo, incluindo batimentos cardíacos acelerados, sudorese, inchaço e vermelhidão ou comichão na pele”, explica ao Lifestyle ao Minuto Irina Ramilo, ginecologista-obstetra do Hospital Lusíadas em Lisboa e membro da direção da Sociedade Portuguesa da Ginecologia.

Alguns diagnósticos são feitos em mulheres com mais de 50 anos, mas quase dois terços dos casos ocorrem entre os 20 e os 30 anos.

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Pode ser ao látex, a ingredientes de produtos utilizados durante a relação ou até alergia ao próprio sémen. “A alergia ao látex não é assim tão incomum e pode ser desencadeada com o uso de preservativo, pelo que afeta ambos os sexos. Geralmente, os sintomas ocorrem segundos a minutos após a exposição ao látex, mas, em alguns casos, os sinais só se manifestam muito depois. Os lubrificantes e espermicidas também causam reação alérgica com comichão, uma vez que podem conter aromas, corantes, conservantes ou outros ingredientes que podem causar uma reação alérgica com comichão. Até as roupas íntimas ou produtos de higiene usados após o sexo podem causar hipersensibilidade ou reações alérgicas”, pode ler-se.

Por outro lado, as alergias ou hipersensibilidade ao sémen são extremamente raras. As proteínas do fluido, e não os espermatozóides, causam a maioria dessas reações. O sémen é o líquido produzido pelas gónadas masculinas, que contêm os espermatozoides e é ejaculado durante o orgasmo. Se tirarmos os espermatozoides do sémen, o que nos sobra é o plasma seminal, um líquido rico em proteínas, enzimas, substâncias alcalinas, açúcares e muco. O que chamamos de alergia ao sémen é, na verdade, uma alergia às proteínas que existem no plasma seminal.

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Pode existir alergia ao sémen especifico de uma pessoa, pode ser uma alergia mais generalizada a mais do que um sémen ou até mesmo existir uma reação súbita a um sémen que anteriormente não causava qualquer reação. Há testes cutâneos e de alergia ao sangue que podem determinar esse tipo de alergia.

“Mais de 80% das mulheres com hipersensibilidade ao plasma seminal têm história de alergias mais comuns, como asma, dermatite atópica, urticária ou rinite alérgica. Além disso, estão descritos fatores que parecem aumentar esse risco, como ficar muito tempo sem ter relações sexuais, menopausa ou esperma de homens que fizeram uma prostatectomia. No entanto, muitas mulheres não têm fatores de risco óbvios. As reações alérgicas ao sémen, também podem surgir na mulher que possui alergia a certos tipos de medicamentos, como penicilinas, ou alimentos, como nozes, por exemplo, que podem estar presentes no líquido do sémen, se ingeridos ou utilizados pelo homem, pouco antes do contato íntimo”, como consta no Notícias ao Minuto.

Podem não se reconhecer os sintomas como uma reação alérgica, porque alguns são semelhantes às mudanças físicas que ocorrem durante o sexo, incluindo batimentos cardíacos acelerados, sudorese, inchaço e vermelhidão ou comichão na pele. A reação ao esperma pode ser generalizada ou localizada à região da vagina/vulva. Já as reações graves podem causar urticária, problemas respiratórios e anafilaxia.

O tratamento em relação à alergia ao látex é evitar de todo o látex, optando por preservativos sem látex. Na alergia ao sémen, o tratamento pode ser feito com dessensibilização ao esperma. Esse tratamento consiste numa repetida aplicação intravaginal ou subcutânea de pequenas e diluídas amostras do plasma seminal, de forma a que o sistema imunológico seja sujeito ao antígeno. A via subcutânea tem resultados melhores. Esse procedimento deve ser feito com um imunoalergologista e em ambiente hospitalar apropriado no caso de acontecer uma reação anafilática.

Os sintomas são restritos à zona pélvica. A alergia sistémica ao sémen acontece quando todo o corpo da mulher apresenta sintomas, como urticária, edema da pele, aperto no peito, diarreia, tonturas, falta de ar e, muito raramente, choque anafilático.

Apesar de ser muito incómoda, a alergia ao esperma não provoca infertilidade. As mulheres com este tipo de alergia conseguem engravidar, principalmente se a reação for leve e localizada.

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