Coimbra

Dona da gata “Pia” absolvida de maus tratos. Gatos Urbanos vão recorrer da sentença

António Alves | 1 mês atrás em 20-03-2024

A dona da gata “Pia”, que estava acusada da prática do crime de maus tratos a animais, foi esta quarta-feira 20 de março absolvida pelo Tribunal de Coimbra. A juíza entendeu que a arguida não teve “qualquer conduta dolosa” relativamente ao animal. A Associação Gatos Urbanos, que é assistente neste caso e que tem a gata a seu encargo há quatro anos, vai recorrer da sentença.

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A decisão da juíza baseou-se nos depoimentos das testemunhas apresentadas pela arguida, e onde estava o médico veterinário do animal, e que comprovaram que a mulher de 65 anos é “uma pessoa responsável e afetuosa com os seus animais”.

Por provar ficaram alguns dos factos relatados na acusação e que apontavam, por exemplo, que a dona teria saído de casa deixando o animal na varanda “para ir gozar férias”. “Uns dias antes deu indicações ao filho para tratar a gata Pia”, afirmou.

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Para além não haver lugar a qualquer tipo de punição legal, a decisão obriga a Associação Gatos Urbanos – que tem o animal à sua guarda há 4 anos – à devolução da gata à legítima dona.

Depois de ler a sentença, a juíza fez ainda algumas considerações sobre os factos que levaram à realização deste julgamento. Em primeiro lugar, referiu que aqueles que “vivem intensamente” a relação com os animais devem ter alguma contenção nas atitudes que tomam para, dessa forma, não “darem o flanco”.

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“Um conjunto de pessoas fanáticas e alucinadas que andam atrás de situações que, ao lado de outras, não têm tanta gravidade”, afirmou.

À saída da sala, a presidente dos Gatos Urbanos Cristina Leite afirmou aos jornalistas que esta era “uma sentença esperada”, pois desde o início do julgamento houve uma tentativa “para menorizar o caso”. “Tivemos essa sensação logo desde início”, afirmou, deixando em aberto a possibilidade de irem apresentar recurso para o Tribunal da Relação de Coimbra.

Sobre a forma como a juíza leu a sentença e a afirmação de que as pessoas que estão nestas associações são “fanáticas e alucinadas”, Cristina Leite considerou “desagradável” a forma como a juíza se referiu às suas condutas, garantindo que a resposta em defesa da honra será dada “no local apropriado”.

Veja o Direto Notícias de Coimbra com Cristina Leite

Recorde-se que o caso remonta aos anos de 2019 e 2020, altura em que a arguida, “por diversas vezes e como punição por considerar que o animal se tinha comportado de forma reprovável, colocou a gata na varanda exterior do seu apartamento e fechou a portada”.

A 12 de agosto de 2020, coube aos Bombeiros Sapadores de Coimbra aceder “à varanda da arguida” no 4.º andar de um prédio em Coimbra para retirar a gata que se encontrava “desidratada, com queda de pelo acentuada e pouco reativa a estímulos por força do stress”.

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