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Cuomo ‘cede o lugar’ à 1.ª mulher a governar Nova Iorque

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 11-08-2021

Cuomo demite-se, vítimas aplaudem e Nova Iorque terá uma mulher a governar pela 1ª vez.

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Segundo o Notícias ao Minuto, após uma polémica que se tem vindo a arrastar, tendo sido formalmente acusado de assédio sexual por 11 onze mulheres, o governador de Nova Iorque decidiu demitir-se do cargo. A decisão, escreve o New York Times, marca uma das “quedas mais espantosas da política americana moderna, marca o fim de uma dinastia política e o início de um novo capítulo caótico e incerto no governo em Nova Iorque”.

Apesar disso, lê-se na mesma publicação, o agora ex-governador assumiu um discurso onde, com toda a sua experiência, procurou a redenção dos nova iorquinos, esforçando-se por mitigar a gravidade das acusações de que é alvo, de modo a preservar a sua imagem e o seu legado de dez anos como líder aquela que é a cidade mais importante do país.

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Andrew Cuomo, que é acusado na maioria por ex-funcionárias, pediu desculpa às mulheres que o acusaram, indicando que não sabia que tinha ultrapassado um limite. “Na minha cabeça, nunca passei das marcas com ninguém, mas não me apercebi do quanto essas marcas foram redesenhadas”, disse, referindo que “há mudanças culturais e geracionais às quais não dei o devido valor e devia ter dado. Não tenho desculpa”.

Vítimas e o sentimento de justiça feita

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Na sequência da sua demissão, muitas das mulheres responsáveis pela acusação contra Andrew Cuomo decidiram reagir, mostrando-se satisfeitas pelo resultado final da sua coragem.

A advogada de Alyssa McGrath e Virginia Limmiatis fez saber que as clientes “sentem que se fez justiça e estão aliviadas por Cuomo não estar mais numa posição de poder sobre ninguém”.

“Os seus esforços, através do seu advogado, ao longo dos últimos dias, para afrontar e atacar as mulheres corajosas que se chegaram à frente, aparentemente não serviram para nada”, dizem à NBC.

Karen Hinton – uma antiga assistente de Cuomo que disse que o governador a convidou para o seu quarto de hotel em 2000 – elogiou as realizações progressivas do governador em questões como a igualdade matrimonial, o salário mínimo e a licença familiar, mas acredita que os seus “próprios defeitos” o derrubaram.

Lindsey Boylan, um dos principais rostos da acusação, acredita que esta é a prova de que a coragem destas mulheres surtiu efeito e de que o seu objetivo – de que outras mulheres denunciassem os abusos – teve efeito. 

Já a advogada Debra S. Katz, que representa a acusadora de Cuomo Charlotte Bennett, disse que esta terça-feira foi “um dia solene”.

Kathy Hochul sucede a Cuomo e Nova Iorque é governada pela primeira vez por uma mulher 

Na sequência da demissão, Kathy Hochul vai assumir o comando do governo estadual. 

“Como alguém que serviu em todos os níveis de governo e é o próximo na linha de sucessão, estou preparada para liderar como a 57.ª governadora do estado de Nova Iorque”, afirmou Kathy, que considerou que a decisão do seu antecessor foi “a coisa certa a fazer para o melhor interesse dos nova-iorquinos”.

Recorde-se que Kathy considerou o assédio sexual “como inaceitável em qualquer local de trabalho, e certamente não no serviço público”, motivo pelo qual elogiou a coragem das acusadoras.

Apesar de ser a número dois do governo de Nova Iorque, a mulher, de 62 anos, tem-se mantido, em grande parte, fora dos olhares públicos nos últimos anos, sobretudo em comparação com Cuomo. Apesar disso, Kathy não é uma novata nas lides políticas.

Formada em Direito, começou a sua carreira num escritório de advogados em Washington. Trabalhou depois com os senadores do estado de Nova Iorque John LaFalce e Daniel Patrick Moynihan, antes de iniciar a sua própria carreira política.

Agora, e dentro de 14 dias, assume a liderança da cidade de Nova Iorque, que nunca antes teve uma mulher a governá-la.

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