Região

Criança sobrevivente dos incêndios quer ser médica legista para compreender a morte da mãe (com vídeos)

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 15-10-2022

Leonor Vaz tinha dez anos quando perdeu a mãe e ficou gravemente ferida nos incêndios de 15 de outubro de 2017, em Oliveira do Hospital. Cinco anos depois, revela que quer ser médica legista, para ajudar as famílias a compreender a morte.

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Já adolescente, está “a recuperar, até psicologicamente” daquele dia trágico, contou em direto ao Notícias de Coimbra. Acompanhada pelo então presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, a jovem que já foi submetida a 65 cirurgias, explicou que os tratamentos vão continuar, desde a psicologia à fisioterapia.

Leonor Vaz falava ao Notícias de Coimbra, com autorização do pai, depois da missa que recordou as treze vítimas mortais do concelho, entre elas a sua mãe. 

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O atual deputado da Assembleia da República e ex-autarca de Oliveira do Hospital, sublinhou que “o trauma provocado pelo dia 15 de outubro” de 2017 ainda está muito presente “mesmo nas crianças” do concelho.

Antes da cerimónia religiosa, os sinos da Igreja Matriz tocaram uma vez por cada pessoa que morreu há cinco anos. Nesse momento os familiares das vítimas e os autarcas acenderam treze velas em homenagem às vidas perdidas nesse 15 de outubro. Em Portugal, morreram no total 46 pessoas devido aos fogos e cerca de sete dezenas ficaram feridas.

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Nesse mesmo dia, ardeu 96% do território do concelho mais atingido no Distrito de Coimbra, recorda o actual presidente da Câmara, que era vereador em 2017.

José Francisco Rolo disse – também em direto ao Notícias de Coimbra -, que para além das vidas levadas pelo fogo, o concelho deixou de ser verde. Depois da reconstrução de “todas as casas de primeira habitação”, da recuperação do Parque Industrial onde dezenas de empresas foram afetadas, a preocupação é recuperar a agricultura e a floresta.

O autarca admitiu que será um processo que levará décadas e enunciou um conjunto de programas e iniciativas que ao longo dos últimos cinco anos têm vindo a ser implementados, desde a oferta pela Câmara de Oliveira do Hospital de “milhares de árvores” ao cadastro do território.

Questionado pelo NDC se o concelho estaria agora preparado para um incêndio com ss mesmas dimensões, José Francisco Rolo afirmou que há melhorias no combate a incêndios e na prevenção. Mas o edil foi também peremptório ao afirmar que se tratou de um dia com condições meteorológicas extremas, provocadas pelo furacão Ofélia. Sublinhou ainda que com as alterações climáticas é um cenário que pode repetir-se.

Depois dos incêndios e da pandemia, agora é a seca que afeta o concelho onde a produção do Queijo Serra da Estrela está a ser prejudicada.

 

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