Coimbra

 Coimbra suspende acordo de geminação com cidade russa de Yaroslavl

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 07-03-2022

O executivo da Câmara de Coimbra aprovou hoje, com apenas uma abstenção do vereador da CDU, uma moção que determina a suspensão do acordo de geminação com a cidade russa Yaroslavl, devido à guerra na Ucrânia.

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A moção, que contou com os votos a favor dos vereadores da coligação Juntos Somos Coimbra e do PS e abstenção do vereador da CDU, condena a invasão da Federação Russa de “um país democrático e independente, sem qualquer justificação, causando destruição e morte indiscriminada de pessoas inocentes”, afirmou o presidente da Câmara, José Manuel Silva, que lia o documento, no período antes da ordem do dia da reunião de hoje do executivo.

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A Câmara de Coimbra manifestou-se “contra todas as formas de imperialismo e de quaisquer tentativas de impor a submissão de países independentes pela força das armas, pelo que exige a imediata retirada das forças armadas da Federação Russa, o país agressor, do território ucraniano, o país agredido”.

Apesar de entender que o próprio povo russo é também, “em certa medida, uma vítima da ditadura feroz que o governa”, o município decidiu suspender o acordo de geminação com a cidade russa de Yaroslavl, assinado a 14 de julho de 1984.

“Com efeito a agressão russa à Ucrânia, por ordem de Putin, é incompatível com o acordo então estabelecido, que preconizava que as partes contratantes apoiavam sempre todas as iniciativas e ações que servissem ao desanuviamento político e militar e à consolidação da paz”, lê-se na moção.

O vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, optou pela abstenção por discordar da decisão da suspensão do acordo de geminação e por a moção ignorar o contexto internacional em que a ofensiva militar russa ocorre.

“No essencial, o vereador da CDU revê-se no que aqui está, com exceções, que, apesar de tudo, me parecem substanciais”, notou, frisando que condena “veementemente a intervenção militar da Rússia na Ucrânia” e que Putin “nada tem a ver com as posições de comunistas”.

Francisco Queirós considerou também que a moção não se deveria referir à Ucrânia como uma democracia, por ser um país “onde oito milhões de pessoas não têm direito a voto, partidos são proibidos e movimentos [de extrema-direita] como o Svoboda andam à solta”.

Relativamente à suspensão do acordo de geminação, o vereador comunista afirmou que é “absurda”, defendendo que, neste momento, é preciso “construir a paz e estabelecer pontes e não fechar portas”.

Por outro lado, o PS, na voz do vereador Carlos Cidade concordou com a moção apresentada e defendeu que o município deve mostrar-se disponível para intervir no apoio a refugiados ucranianos no concelho.

A vereadora do PS Regina Bento considerou que a Câmara de Coimbra deve organizar “uma resposta integrada de apoio aos cidadãos ucranianos” e preparar “um plano municipal para acolher” refugiados em Coimbra, com medidas específicas como a criação de uma bolsa de alojamentos, identificação de famílias de acolhimento ou a identificação de tradutores.

A vereadora com a pasta da ação social, Ana Cortez Vaz, recordou que “a Câmara Municipal de Coimbra não dispõe de alojamento no parque habitacional municipal”, mas que a autarquia tem “recebido alguns contactos de munícipes e entidades parceiras da Rede Social de Coimbra que têm demonstrado abertura para receber refugiados”.

“Neste sentido, o Município de Coimbra vai criar um banco de famílias prontas a receber nas suas habitações ou a disponibilizar segundas habitações, para famílias provenientes da Ucrânia”, informou.

Segundo a vereadora, “nos próximos dias, no site da Câmara Municipal de Coimbra será possível” a inscrição de famílias que queiram acolher refugiados.

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