Coimbra

Coimbra: “O meu filho não está vivo, jamais”. Mãe desespera há 3 semanas por saber notícias de Pedro Alexandre

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 18-04-2023

Já são 23 dias sem notícias de Pedro Alexandre, o jovem que está desaparecido no Dianteiro, em Coimbra. Há muitas perguntas, mas quase nenhuma tem resposta. A família não descansa até encontrar o rapaz que não é visto desde o dia 27 de março.

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O Notícias de Coimbra falou com a mãe do jovem de 28 anos, Adosinda Cruz que tenta exprimir como tem vivido estas últimas três semanas sem o filho. A mulher de 64 anos reviveu os últimos momentos que falou com Pedro. 

“No dia 27, às 3:00, ele liga-me. Ligava-me constantemente porque tinha ataques de pânico e muita ansiedade. Eu estava a dormir e o telemóvel toca”, conta Adosinda que diz que respondeu ao filho, mas que lamenta até a maneira como falou: “Fui um bocado rude”, refere levando a mão ao peito dizendo que sentiu ao mesmo tempo “um aperto no coração”. Pedro Alexandre diz que foi dar um passeio. 

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Entretanto, continua Adosinda, conta que adormeceu, uma vez que também toma medicação. Nessa manhã, o filho volta a contactar a progenitora, por volta das 10:00. “Graças a Deus que me atendeste mãe. Eu adormeci e acordei agora, estou cheio de frio”.

“Ele estava em pânico e eu pedi-lhe para ele mandar uma fotografia para o telemóvel do pai para saber a zona onde poderia estar”, prossegue, acrescentando que Pedro lhe disse que andava à procura dos comprimidos. O mistério começa aqui. “A partir daí mais nada, fez ontem [17 de abril] 3 semanas […] Fui ligando, mas não chama”, conta.

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Como mãe, nunca imaginava este desfecho, contudo as esperanças começam a esmorecer. “Com os nervos à procura dos comprimidos deve ter-se enfiado para algum buraco […] O meu filho não está vivo, jamais. Ao menos queria o corpinho dele. Eu acredito que ele esteja perto, mas é tanto mato…”, conta em lágrimas a mãe de Pedro Alexandre.

A sexagenária refere que têm surgido muitos comentários odiosos sobre o possível paradeiro do desaparecido. A mãe pede, encarecidamente, para a população não comentar este caso: “Peço às pessoas que não falem do que não sabem. O meu filho esteve numa instituição e não merecia. Tinha o pai e a mãe. Ele já sofreu muito. Se têm coração, respeitem a memória dele”.

Segundo Adosinda, nada fazia antever o seu desaparecimento, até porque Pedro Alexandre saiu de casa e deixou os documentos e roupa para trás. 

A familiar recorda que o jovem “era um menino doce e feliz até aos 9 anos. Depois veio a adolescência e foi complicado e aos 14 anos vai para uma instituição”. A mãe diz que o filho sofre de “problemas psicológicos, fobia social e de ataques de pânico desde a pandemia.”

Desesperada, só pede que o encontrem. Hoje, não consegue entrar no quarto de Pedro. Custa-lhe ainda estar num espaço que é dele e que não sabe se vai voltar a entrar pela porta do número 5, da Rua do Ribeiro, na aldeia do Dianteiro, em Coimbra.

Pode ler aqui como correram as buscas e os testemunhos de pessoas que conhecem Pedro Alexandre.

Veja a entrevista com Adosinda Cruz:

 

 

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