Política

Coimbra no centro da disputa PS/PSD, Francisco Rodrigues dos Santos explica que não é “ubíquo”

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 16-09-2021

Coimbra continuou hoje na campanha autárquica dos líderes partidários, com o PSD a criticar promessas do PS para a cidade, enquanto o líder do CDS-PP justificou por que razão não se encontra com os seus opositores internos em campanha.

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Depois de, na quarta-feira, a proposta social-democrata de transferir o Tribunal Constitucional para Coimbra ter sido assunto dominante, a cidade do Mondego foi novamente tema, com o líder do PSD, Rui Rio, a criticar o secretário-geral do PS, António Costa, de “desplante e descaramento” por ter prometido que três semanas após as eleições arrancará o processo de construção de uma nova maternidade.

“Em 2015 quando António Costa foi primeiro-ministro já existia [a reivindicação], a doutora Marta Temido foi candidata por Coimbra, promete a maternidade e não realiza maternidade nenhuma, e agora vêm falar em três semanas?”, afirmou Rio, frisando não ter memória de “visto numa eleição recente um desplante e um descaramento desta ordem, a prometer, a prometer a prometer”.

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“O primeiro-ministro, o PS não têm feito outra coisa que não chegar aos diversos concelhos e dizer que têm não sei quantos milhões para ali”, afirmou, mas dizendo confiar que os portugueses “tantas eleições depois do 25 de abril” já não acreditarão.

Numa alusão à proposta social-democrata sobre a mudança do Constitucional e Supremo Tribunal Administrativo, o presidente do PSD afirmou ter “desprendimento do poder” para tomar medidas corajosas que possam fazer “perigar” o seu lugar, sem “cálculos ou contas de cabeça” sobre o futuro.

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Além de prometer a nova maternidade, na quarta-feira à noite, António Costa aproveitou estar em Coimbra para lembrar António Arnaut, o fundador conimbricense do Serviço Nacional de Saúde (SNS), criticando a direita que andou a dizer que o SNS “era um caos”.

“Aqueles que, à direita, durante anos andaram a fazer campanha contra o Serviço Nacional de Saúde [SNS], andaram a dizer que o SNS era um caos, aqueles que à direita, em vários concelhos, prometem pagar seguros de saúde gratuitos – como se através das companhias de seguros é que nós tivéssemos acesso à saúde – a verdade é que, no momento mais difícil, mais exigente, onde foi mesmo necessário provar se tínhamos ou não tínhamos capacidade de resposta, quem provou ter capacidade de resposta [à pandemia de covid-19] foi o SNS”, apontou António Costa.

Em Beja, o líder do CDS-PP respondeu ao facto de não acompanhar ações de campanha de candidatos autárquicos que representam a sua oposição interna, como Adolfo Mesquita Nunes ou Nino Melo, declarando que não tem “o dom da ubiquidade para ir a todos os concelhos” e que “isso, só nosso senhor Jesus Cristo”.

No caso de São João da Madeira, onde o cabeça-de-lista é João Almeida, admitiu: “não fui convidado a ir São João da Madeira, como não fui convidado a ir a Vila Nova de Famalicão, como não fui convidado a ir a uma série de sítios”.

Recusou a ideia de que o CDS esteja “desunido”, contrapondo que “todas as suas figuras e os principais protagonistas” aceitaram candidatar-se e que essa é a “maior prova de força e unidade do CDS”.

Praticamente a jogar em casa na Amora, Seixal, concelho presidido pela CDU onde se realiza todos os anos a Festa do Avante!, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa contestou a falta de investimento no desporto e mostrou-se preocupado com o destino dos milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Jerónimo foi mostrar o investimento de 2,5 milhões de euros da autarquia comunista na renovação da sede do Amora Futebol Clube e indicou a “grande interrogação” que entende haver em relação ao PRR.

“Para onde vai o dinheiro? Quem são os destinatários? Quais são as prioridades definidas pelo Governo?”, questionou, advogando que este e outros “défices estruturais” no país não se resolvem “com propaganda”.

Em Odemira, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, concentrou-se no “mar de plástico” das estufas naquele município do litoral alentejano, acusado o governo de criar um “Simplex para licenciar mais plástico” e “cidades de contentores” para os trabalhadores viverem.

“Quando nós já estamos nesta situação de explosão de gente, de explosão de plástico, de explosão de pesticidas, de falta de água tão dramática, o Governo decide simplificar o processo para triplicar a área de estufas. Temos 1600 hectares e em pouco tempo pode chegar aos 4800 hectares”, criticou.

Num dia em que Governo e especialistas em saúde se reuniram no Infarmed para analisar a situação da epidemia de covid-19, o tema também esteve na agenda dos líderes partidários, com PSD, CDS, PCP e Iniciativa Liberal a pedirem alívio das restrições em vigor.

O líder da Iniciativa Liberal, Cotrim de Figueiredo, que fez campanha em Lisboa, considerou “inaceitável que o primeiro-ministro venha sequer dar a entender que há vantagem em votar em candidatos socialistas porque isso dá maior proximidade ao poder e a este autêntico bodo aos pobres em que se está a tornar o PRR”.

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