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Coimbra: Jovens adultos com baixo envolvimento no autocuidado para uma alimentação equilibrada

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 16-10-2019

«A forma como os pais gerem a interação com os filhos na correção dos comportamentos na infância influencia o desenvolvimento do autocuidado em saúde a longo prazo e em questões tão basilares como a alimentação», afirma professora da ESEnfC, Conceição Alegre de Sá, que inquiriu 1168 estudantes dos ensinos secundário e superior em Coimbra. Hoje comemora-se o Dia Mundial da Alimentação.

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Um estudo conduzido pela professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Conceição Alegre de Sá, veio mostrar que os jovens adultos (faixa etária 18-24 anos) envolvem-se pouco nos cuidados que têm com a própria saúde, sendo que, dentro destes, o nível mais baixo no comprometimento se situa na diligência que imprimem para conseguirem uma alimentação equilibrada (por exemplo tomar o pequeno-almoço, ou ingerir alimentos que consideram necessários para a respetiva saúde).

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O estudo de Conceição Alegre de Sá, intitulado “Disciplina Parental e as Práticas de Autocuidado de Saúde em Jovens Adultos”, e que visou, justamente, perceber de que forma as práticas de autocuidado em saúde desta população se relacionam com o percurso pessoal e familiar, em particular com a disciplina que receberam dos pais durante a infância, teve início no ano letivo de 2011-2012. Incidiu sobre uma amostra probabilística de 1168 estudantes, selecionada de entre 22041 jovens que, naquele ano letivo, frequentaram os vários estabelecimentos de ensino público de Coimbra, do ensino secundário, do ensino superior e de centros de formação profissional.

Para Conceição Alegre de Sá, «o nível de envolvimento dos jovens adultos em práticas de autocuidado em saúde [inclui autocuidados associados a uma alimentação equilibrada, mas também autorregulação pessoal, envolvimento social e ações gerais de saúde] observado neste estudo é de apenas 47% do seu tempo, sendo francamente baixo quando comparado com os jovens adultos diabéticos, que apresentam níveis de 90% do seu tempo».

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Mais: de cordo com a docente, «cerca de 40% dos inquiridos revelaram pouca preocupação com o pequeno-almoço».

Por outro lado, neste estudo da investigadora da ESEnfC verificou-se que quanto maior é a afetividade/apoio do pai no exercício da disciplina na infância mais elevados são, depois, os autocuidados dos jovens adultos de ambos os sexos associados a uma alimentação equilibrada. Também o recurso ao aviso na correção dos maus comportamentos infantis, quando exercido pelas mães, teve um efeito positivo nos autocuidados para manter ou alcançar uma boa alimentação das jovens.

A professora da ESEnfC considera que «a forma como os pais gerem a interação com os filhos na correção dos comportamentos na infância influencia claramente o desenvolvimento de práticas de autocuidado em saúde a longo prazo e em questões tão basilares como a alimentação».

Conceição Alegre de Sá propõe, por isso, «mudanças nos métodos de correção dos maus comportamentos infantis», que passem pela «partilha equitativa» dessa tarefa por parte dos pais e das mães, o «maior recurso ao elogio e a métodos explicativos», evitando-se o recurso a métodos punitivos e à impulsividade, assim como pela promoção da «afetividade e apoio na correção dos maus comportamentos infantis».

Num outro nível de intervenção, a investigadora da ESEnfC preconiza a existência de «planos de apoio aos jovens adultos que incluam a alimentação», que «não é apenas importante nos planos de saúde infantil», e que não se centrem «exclusivamente na prevenção do consumo de substâncias psicoativas, ou de outros consumos e comportamentos de risco».

«Dada a fase inicial do processo de autonomização em que os jovens adultos se encontram, é necessário apoio educativo para o autocuidado em saúde, particularmente porque os jovens adultos vivem um período que se carateriza pelo afastamento dos pais e pelo início de diferentes dinâmicas do seu quotidiano que comportam riscos para o processo de autonomização das suas ações e decisões, com implicações para a saúde», enfatiza Conceição Alegre de Sá.

E «as instituições de ensino superior e outras instituições de formação profissional são os locais de eleição para a promoção de uma alimentação saudável», defende a professora da ESEnfC.

 

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