Economia

Coimbra desafia Governo a criar “gasóleo público” para transportes coletivos

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 21-03-2022

O presidente da Câmara de Coimbra desafiou hoje o Governo a criar “o mais rapidamente possível” um “gasóleo público” para fazer face ao aumento dos custos com combustíveis por parte dos transportes públicos coletivos.

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“O Governo tem de ir mais longe. Por isso mesmo, propomos a criação, o mais rapidamente possível, de um chamado ‘gasóleo público’, para os transportes públicos, e de um ‘gasóleo social’, para fazer face ao enorme aumento dos custos com combustíveis dos transportes públicos, das IPSS [instituições particulares de solidariedade social] e dos bombeiros”, afirmou o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, durante o período antes da ordem do dia da reunião do executivo.

De acordo com José Manuel Silva, o aumento dos custos da energia, “numa primeira análise”, será de seis milhões de euros para a Câmara de Coimbra e para os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC).

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O autarca salientou que para se melhorar e ampliar os SMTUC “a redução dos preços dos combustíveis é absolutamente vital”.

Para José Manuel Silva, face ao aumento do custo dos combustíveis e perante uma crise climática, “este é também o momento” de se instar “as pessoas para se deslocarem mais de transportes públicos, com um duplo efeito benéfico”.

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Também a vereadora com o pelouro dos transportes, Ana Bastos, realçou os “problemas orçamentais sérios” dos SMTUC face à sua dependência de combustíveis fósseis e considerou que o aumento de custos já ultrapassará os dois milhões de euros nos transportes urbanos, mas que poderão “facilmente atingir os seis milhões se esta escalada de preços se mantiver”.

A vereadora e também presidente do conselho de administração dos SMTUC realçou que o problema é ainda mais grave quando os níveis de procura dos transportes públicos são “cerca de metade dos registados em 2019”.

Já o vereador da oposição Carlos Cidade (PS), referindo-se ao Dia da Árvore, questionou o executivo sobre quando será dada continuidade ao Plano de Arborização do município, com metas definidas que possam ser escrutinadas em Assembleia Municipal.

O presidente da Câmara referiu que o plano para este ano deverá ser apresentado em breve e garantiu que esse documento “prevê a plantação de mais árvores do que o plano interior, com a intervenção florestal em espaço urbano e não urbano”.

Ainda no período antes da ordem do dia, o vereador com a pasta do empreendedorismo, Miguel Fonseca, deu nota de que a tecnológica Loop Company, que nasceu no Instituto Pedro Nunes em 2016 e que se instalou na Baixa de Coimbra em 2019, arrendou o antigo espaço da papelaria Marthas, na Praça do Comércio, o que vai permitir à empresa “acolher mais 50 postos de trabalho”, duplicando a sua capacidade instalada na cidade.

Durante a reunião, foi aprovada a abertura de um procedimento com vista à elaboração de um regulamento para a criação de um concurso de fotografia, que pretende homenagear o fotógrafo Varela Pècurto.

Ainda na mesma reunião, foi discutido e aprovado o auto de transferência de competências da União de Freguesias de Coimbra, com o PS a acusar o atual executivo, que era oposição no anterior mandato, de “hipocrisia”.

A vereadora socialista Regina Bento referiu que José Manuel Silva, quando era vereador na oposição, abandonou a reunião quando foi discutido um auto de transferência de competências para aquela freguesia, quando as competências agora transferidas “são as mesmas”.

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