Coimbra

Coimbra dá nova vida à Casa das Talhas

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 15-12-2022

A Câmara Municipal de Coimbra consignou, hoje, dia 18 de dezembro, a reconstrução e a construção da Casa das Talhas. A empreitada vai ser executada pela empresa Veiga Lopes S. A., num investimento global de 1.292.179,97€ (sem IVA) e com prazo de 365 dias. Já a coordenação da fiscalização e da segurança da obra serão efetuados pelo Departamento de Edifícios e Equipamentos Municipais da autarquia. O projeto de arquitetura está a cargo da Divisão de Gestão Urbanística – Centro da CM de Coimbra e o projeto de estabilidade é da autoria do Itecons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade. 

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Este edifício sofreu amplas remodelações ao longo dos séculos, destacando-se os vestígios arquitetónicos quinhentistas, a calçadinha de vidraço aplicada com motivos geométricos e pinturas murais ao nível do rés-do-chão e painéis azulejares do século XVII ao nível do rés-do-chão e 1º andar. A intervenção agora consignada vai dotar aquele espaço com três habitações T3 e uma habitação T2, no primeiro e segundo pisos. O rés-do-chão vai destinar-se a um estabelecimento de restauração e bebidas e nos pisos inferiores (dois abaixo da soleira) vai ser criado um espaço museológico.

A intervenção está condicionada ao edifício atual.  “No essencial, a estrutura de madeira dos pavimentos dos pisos será mantida, restaurada e reforçada. Para a compartimentação será respeitada a modelação ‘imposta’ pelas paredes resistentes”, pode ler-se na memória descritiva da ficha técnica da obra. A empreitada insere-se no âmbito do programa Reabilitar para Arrendar, que tem como objetivo o financiamento de operações de reabilitação de edifícios com idade igual ou superior a 30 anos, que após reabilitação deverão destinar-se a arrendamento em regime de renda condicionada, ou seja, a preços controlados.

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Este imóvel é abrangido pela Servidão Administrativa da Cerca de Coimbra, designadamente o Arco de Almedina, classificado como Monumento Nacional em 16 de junho de 1910, e ainda pela Zona Especial de Proteção/Zona Tampão da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia, inscrito na lista do Património Mundial pelo Comité do Património Mundial (UNESCO. E encontra-se, ainda, protegido na Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal (PDM) em vigor – “Sítios Potencial Arqueológico e imóveis de Interesse Patrimonial”. 

A denominação “Casa das Talhas” deve-se à grande quantidade de talhas em cerâmica de barro vermelho, comummente também designados por potes, encontradas no seu interior, maioritariamente distribuídas pela subcave, onde se concentravam cerca de 50 peças, e ainda na subcave e no rés-do-chão. Das campanhas arqueológicas resultaram o reconhecimento de “parte de uma estrutura revestida com opus signinum, utilizado em estruturas hidráulicas de época romana, sobre o qual assenta o alçado sul de uma das torres da antiga Cerca de Coimbra, provavelmente de cronologia pré-islâmica (cujo alinhamento do cunhal sudoeste se regista até ao sótão) e ainda partes do pano da muralha medieval da cerca,  elementos em cantaria de pedra calcária com decoração em estilo manuelino, revestimento azulejares, em composição enxaquetada (verde e branco) do século XVII/XVIII, para além de um conjunto de 50 talhas do século XVII, embutidas em muros construídos junto aos alçados da subcave, outro na cave e ainda um outro no rés-do-chão”.

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