Coimbra

Coimbra: Bloco de Esquerda questiona terraplenagem e abate de árvores junto ao Mondego

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 27-03-2021

A terraplenagem de um terreno situado entre a ponte da Portela e a praia fluvial do Rebolim, na freguesia de Santo António dos Olivais, em Coimbra, resultou no abate de um vasto conjunto de árvores e arbustos na margem direita do rio Mondego, situação que leva o Bloco de Esquerda (BE) a colocar um conjunto de questões ao Governo.

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Notícias de Coimbra revelou em primeira em mão que a Câmara Municipal de Coimbra pretende que seja criado um campo de golfe no local, tendo já efetuado diligências junto de entidades do setor para promover o empreendimento

Os  deputados José Manuel Pureza, Nelson Peralta e Maria Manuel Rola consideram que a instalação de um campo de golfe acarreta um conjunto vasto de riscos ambientais como o uso excessivo e desperdício de água, consumos elevados de produtos fitofarmacêuticos que contaminam solos e linhas de água, bem como a deposição maciça no ambiente de bolas de golfe cuja composição contém elementos tóxicos. Além do mais, estando direcionado para o turismo nacional e internacional, o golfe está associado a um elevado volume de emissões de gases com efeito de estufa.

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Num contexto de crise ecológica e climática, no qual os efeitos das alterações climáticas tendem a ser cada vez mais frequentes e intensos, o correto ordenamento do território e a preservação da biodiversidade, particularmente em espaço urbano, assume ainda mais importância, frisam os eleitos pelo Bloco de Esquerda.

Os bloquistas salientam que “a presença de vegetação nas margens dos rios contribui para a atenuação dos efeitos da subida das águas.Nesse sentido, a destruição do coberto arbóreo e arbustivo das zonas ripícolas desprotege as populações queresidem nas zonas mais próximas, tornando-as mais vulneráveis a cheias.

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WA delapidação do património arbóreo faz com que se percam os benefícios proporcionados pelas árvores e arbustos, como o ensombramento e a regulação térmica, a melhoria da qualidade do ar, o sequestro de carbono, a promoção da biodiversidade, entre muitas outras qualidades que beneficiam quem vive e trabalha em Coimbra”, garante o BE.

“Independentemente da limpeza de detritos urbanos e de espécies invasoras que esta ação tenha incluído”, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vê com muita preocupação este ato de destruição de árvores e arbustos na margem direita do Mondego e entende que devem ser prestados todos os esclarecimentos sobre o seu real objetivo.

Para o BE, importa esclarecer se a área terraplanada, ou parte dela, está sujeita a regime especial de proteção e se se encontra inserida em área de Reserva Ecológica Nacional.

Os parlamentares afirmam ainda que a delapidação do património natural é inaceitável, ainda mais quando aparentemente feita em nome de interesses de promotores de atividades de lazer para segmentos sociais muito limitados,

Assim,  Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda dirige ao Governo, através Ministro do Ambiente e da Ação Climática, as seguintes perguntas:
1. O Governo tem conhecimento da situação aqui exposta?
2. Como avalia o Governo a terraplenagem e a destruição do coberto arbóreo e arbustivo do terreno situado
entre a ponte da Portela e a praia fluvial do Rebolim, na margem direita do rio Mondego?
3. A área terraplenada, ou parte dela, integra o domínio público hídrico?
4. A área terraplenada, ou parte dela, está sujeita a regime especial de proteção?
5. A área terraplenada, ou parte dela, está inserida em Reserva Ecológica Nacional?
6. Como avalia o Governo a pretensão da Câmara Municipal de Coimbra de criar um campo de golfe no local?
7. Considerando os impactes ambientais provocados por campos de golfe, como avalia o Governo os efeitos
que tal empreendimento causaria no rio Mondego, nas suas margens, e na zona de captação de água
subterrânea da Boavista?

O presidente do município de Coimbra garantiu ontem garantiu ontem que a intervenção que está a ser efetuada na margem direita do Rio Mondego na zona da Portela é legal e visa eliminar espécies infestantes e remover resíduos.

Falando na reunião da Assembleia Municipal, em resposta a críticas do movimento Cidadãos por Coimbra e da CDU, Manuel Machado disse que os trabalhos que decorrem entre a praia do Rebolim e a ponte da Portela se enquadram na Lei da Água e são acompanhados tecnicamente.

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