Coimbra

Coimbra: APCC e Critical Software adaptam brinquedos para crianças com limitações

Notícias de Coimbra com Lusa | 6 meses atrás em 09-11-2023

 A Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) e a empresa tecnológica Critical Software colaboram na adaptação de brinquedos para crianças com paralisia cerebral que, na maioria dos casos, têm limitações de movimento e estão impedidas de brincar normalmente.

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“Pretendemos com os brinquedos adaptados dar a iniciativa às crianças que têm dificuldades na coordenação dos movimentos e na exploração dos brinquedos, de terem a iniciativa de serem elas a começar a brincar, carregando através de um interruptor (switch) que nós adaptamos”, explicou à agência Lusa o terapeuta Luís Oliveira, da APCC.

Nos últimos anos, com exceção do período pandémico, decorre uma sessão de trabalho anual na empresa tecnológica Critical Software, sediada em Taveiro, Coimbra, aberta a todos os seus trabalhadores, para adaptar brinquedos que tenham movimento através de pilhas e ligados por botão de ligar e desligar.

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Na quarta-feira à tarde, durante o horário laboral, mais de duas dezenas de brinquedos foram adaptados, numa oficina prática que envolveu dezenas de trabalhadores.

Para o diretor de inovação da Critical Software, “é uma satisfação colaborar num projeto de tornar os brinquedos inclusivos, quando não foram pensados para serem usados por crianças com algumas limitações”.

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“Este ano, por exemplo, desenvolvemos uma placa que nos permite com o mesmo botão usar várias funções do brinquedo”, explicou Filipe Simões, salientando que, na iniciativa, podiam participar todos trabalhadores da empresa, independentemente da sua área de atividade.

O terapeuta Luís Oliveira adiantou que o trabalho de adaptação e de criação de brinquedos tem duas vertentes: “Uma é simplesmente permitir a todas as pessoas brincar e a outra tem a ver com a utilização desses materiais nas próprias terapias”.

“Usamos estes brinquedos também na fisioterapia e na terapia da fala”, sublinhou.

O brinquedo adaptado é o início de um processo terapêutico, na medida em que as crianças com graves problemas motores vão sendo acompanhadas pelo ‘switch’ ao longo da vida.

Começam no brinquedo e a determinada idade, quando vão para a escola, o ‘switch’ pode ser adaptado a um computador, a programas específicos de leitura e de escrita, permitindo-lhes depois, na sala de aula, poderem escrever, estar junto dos colegas e responder a questões.

A adaptação de brinquedos na APCC começou a partir de 1997, com a criação da Oficina do Brinquedo, liderada pela técnica Elisabete Pereira, depois de uma delegação da instituição ter participado num encontro de ludotecas ao Japão.

Trata-se de uma oficina que “consegue ter material diversificado para fazer empréstimos às crianças consoante as dificuldades de cada um”, explicou a responsável, salientando que a instituição tem um espólio “muito grande, desde bebé a jovens adultos”, que inclui também jogos de regras.

O empréstimo é efetuado às crianças da instituição ou que sejam acompanhadas pela APCC, de acordo com as capacidades de cada uma e do que conseguem fazer.

“Os pais têm muitas dificuldades em encontrar este tipo de material em qualquer supermercado e, tendo esta opção da oficina do brinquedo, conseguem ter uma variedade muito grande e os brinquedos adaptados aos seus filhos”, congratulou-se Elisabete Pereira.

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