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Coimbra: A Escola da Noite estreia “Café Bonheur” com equipa internacional

Notícias de Coimbra | 6 meses atrás em 07-11-2023

A Escola da Noite estreia em Coimbra na quinta-feira, 9 de novembro, a sua mais recente criação: “Café Bonheur”, com texto e encenação do dramaturgo Matéi Visniec. Para além do encenador, a equipa artística do espetáculo reúne um conjunto de artistas romenos e franco-romenos com uma larga experiência e reconhecimento internacional: Andra Badulescu, Malina Andrei e Claudiu Urse. Mircea Cantor, premiado artista plástico e visual, assina uma participação especial com dois dos seus filmes.

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O espetáculo é a quarta abordagem d’A Escola da Noite à obra de Matéi Visniec, depois de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” (2014) e de “Palhaço velho precisa-se” e “A mulher como campo de batalha” (2020). Desta vez, é o próprio autor que assume a encenação, algo que nunca tinha experimentado: “queria vivenciar pelo menos uma vez na vida essa forma de emoção que é a criação de um espetáculo, e também essa forma de responsabilidade – ser encenador”, afirma o autor numa entrevista publicada no programa do espetáculo.

Para o acompanhar neste projeto, Matéi Visniec e A Escola da Noite constituíram uma equipa criativa com uma vasta experiência e com um significativo reconhecimento internacional. A cenografia, os figurinos e os adereços são da responsabilidade de Andra Badulescu, artista formada pela Escola Nacional de Artes Decorativas de Bucareste e mestre em Estudos Teatrais pela Universidade Sorbonne, em Paris, que há mais de trinta anos trabalha com teatros nacionais
e companhias de teatro da Roménia, de França e do Japão. Para além do teatro, desenvolve um trabalho artístico pluridisciplinar: cria também objectos-esculturas, livros-objectos, pinturas, cartazes e ilustrações, combinando diferentes técnicas e materiais. A coreografia é da responsabilidade de Malina Andrei, formada nesta área pela Universidade Nacional de Teatro e Cinema I.L.Caragiale, em Bucareste, e que foi primeira bailarina da Ópera Nacional de Bucareste.

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Para além de ter fundado a sua própria companhia de dança contemporânea – “Terpsichora” –, Malina foi responsável pela coreografia e pelo movimento em mais de 170 espectáculos, quer no seu país (todos os teatros em Bucareste, todos os teatros nacionais da Roménia e na maior parte dos teatros profissionais romenos), quer no estrangeiro: França, Inglaterra, Finlândia, Hungria e Sérvia. Claudiu Urse é o responsável pela música original e pelo ambiente sonoro do espectáculo. Formado pela Faculdade de Letras e Artes da Universidade Lucian Blaga, em Sibiu (Roménia), Claudiu conta no seu currículo com colaborações na área da música e do desenho de som com o Teatro Nacional Radu Stanca e com o Gong – Teatro para a infância e juventude, ambos na cidade de Sibiu.

Finalmente, inclui uma participação especial do artista plástico e visual romeno Mircea Cantor, com a exibição de dois filmes: “Vertical attempt” (2009) e “Wind orchestra” (2012). O trabalho de Cantor é construído “em busca da poesia visual, da reflexão, da meditação”, assume múltiplas formas e inspira-se na vida quotidiana. Representado em várias das mais importantes colecções de arte contemporânea por todo o mundo, Mircea Cantor recebeu, entre outros, o Prémio Paul Ricard Corporate Foundation (2004) e o Prémio Marcel Duchamp (2011), para além das condecorações com a Ordem de Oficial das Artes e Letras, França, e com a Ordem Nacional do Mérito, Roménia, ambas em 2019.

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A esta equipa juntou-se ainda a atriz Maria Quintelas, que pela primeira vez trabalha com A Escola da Noite e com os atores que integram o elenco residente da companhia: Ana Teresa Santos (igualmente responsável pela tradução), Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash. Do núcleo criativo deste espetáculo fazem também parte os elementos d’A Escola da Noite Danilo Pinto (luz), Zé Diogo (som) e Eduardo Pinto.

Para além da satisfação de proporcionar a primeira experiência na encenação a um autor que tanto admira, A Escola da Noite reconhece o privilégio que é trabalhar com uma equipa internacional de criadores/as com estes percursos artísticos e a alegria de estender esse privilégio ao público e à comunidade teatral da cidade e do país.

O autor e encenador escolheu para esta montagem um conjunto de textos “que têm uma conotação política mas também poética”. Neste espetáculo, “falo das nossas angústias num mundo sem bússola mas defendo também a esperança, porque confio no ser humano e na sua capacidade para superar as crises”. O título do espetáculo lembra a tradição parisiense dos cafés como espaço de encontro e de socialização, de debate e de reflexão, e alerta para a “obsessão” em que se tornou, nas sociedades ocidentais, a busca individual da felicidade (“bonheur”). A busca desta felicidade – afirma Matéi Visniec –, “tornou-se no nosso mundo global uma obsessão, um reflexo do egoísmo primário, uma forma de cegueira e de toxicidade”. “Podemos ser realmente felizes quando mesmo ao nosso lado alguém sofre horrivelmente?”.

Com estreia marcada para quinta-feira, 9 de novembro, às 19:00, mantém-se em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, até dia 30, com sessões às quartas e quintas-feiras (19:00), às sextas e sábados (21:30) e aos domingos (16:00).

O bilhete custa 10 euros, sendo aplicável o desconto de 50% (“meio bilhete) a estudantes, desempregados/as, maiores de 65 anos, menores de 30 anos e profissionais e amadores/as de teatro. As sessões dos dias 22 e 29 de novembro contarão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

As entradas podem ser adquiridas através da ticketline ou reservadas através dos contatos habituais do TCSB: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt.

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