Tribunais

Coautor do homicídio na Tocha condenado agora por violência doméstica (com vídeo)

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 21-03-2023

O Tribunal de Coimbra condenou, esta terça-feira, 21 de março, um homem de 35 anos, coautor do homicídio de um sucateiro na Tocha, em Cantanhede, em 2012, a três anos e seis meses de prisão por violência doméstica.

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O homem foi condenado a três anos e meio de prisão efetiva pela prática de um crime de violência doméstica contra a namorada. O arguido terá que pagar ainda à ofendida 1500 euros de indemnização.

O crime ocorreu logo após sair da prisão, no início de 2022, com liberdade condicional, depois de ter cumprido dez anos de cadeia como um dos autores do roubo, sequestro e homicídio de um sucateiro de 90 anos, na Tocha, em Cantanhede.

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O homem estava também acusado de um crime de maus tratos a animal doméstico, mas o coletivo entendeu que os factos da acusação não ficaram provados.

Ao Notícias de Coimbra, o advogado de defesa Henrique Almeida disse que não vão recorrer da sentença. 

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Na leitura do acórdão, o presidente do coletivo sugeriu ao arguido para “fazer um esforço e mudar de vida”, dado ter passado já “muito tempo preso”.

No dia do julgamento, o arguido admitiu ter agredido a sua namorada, mas rejeitou a tese apresentada na acusação do Ministério Público (MP), que falava de um homem “controlador, ciumento e possessivo”, entre março e agosto de 2022, período em que viveram na mesma casa.

O MP refere que o homem não permitia que a ofendida saísse de casa sozinha, que suspeitava de qualquer interação que esta tivesse com alguma figura masculina, inclusive o seu padrasto e um vizinho, que rasgava roupas que considerava impróprias e que teria matado um gato à sua frente, dizendo que lhe poderia fazer o mesmo.

Todos esses factos constantes da acusação foram, na altura, rejeitados pelo arguido, salientando que apenas em algumas ocasiões terá partido para a violência, numa atitude que classificou de “desespero”.

O homem tinha saído há pouco tempo da prisão quando conheceu a jovem de 25 anos, que lhe pediu para morarem juntos logo no arranque na relação.

O homem referiu que as coisas pioraram assim que passaram a sentir maiores dificuldades financeiras e a mulher engravidou, tendo pedido à namorada para “ir embora” daquela casa, para tentarem estabilizar as vidas, no entanto a companheira recusou.

“Foi um ato de desespero para me tentar afastar dela. Não queria nem o mal dela nem o meu. Eu mandava-a embora e ela não ia. Só peço que me deem uma oportunidade dentro dos possíveis, para eu poder reconstruir a minha vida lá fora. Foram muitos anos preso, muita coisa tinha mudado e eu estou sem nada. Preciso de reconstruir a minha vida, enquanto sou novo. Se agora estava difícil arranjar trabalho, daqui a uns anos ainda será mais. Sei que errei, mas foi um ato de desespero”, vincou no dia do julgamento no dia 07 de março.

Admitiu que, por vezes, tinha ciúmes, mas que a situação era recíproca.

“Eu tinha a minha desconfiança dela e ela de mim, mas ela estava livre de ir embora”, salientou, admitindo que, no dia em que a jovem fugiu de casa, e em que foi chamada a GNR, bateu na namorada.

A mãe da vítima, presente no julgamento, referiu que, depois de, aos 18 anos, a filha sair de casa sem dizer nada, só voltou a falar com ela quando esta apareceu em casa, depois de fugir do namorado, em 2022.

Dias mais tarde, já regressada à casa onde vivia com o arguido, ligou-lhe a dizer que o namorado a queria matar, contou a mãe, referindo que decidiu ligar à GNR, que foi ao local.

A testemunha confirmou que a filha tinha algumas “negras” no corpo e “um corte no braço”, mas que parecia antigo.

Veja o vídeo do Direto NDC com o advogado de defesa Henrique Almeida:

 

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