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Cerca de 40 artistas abordam “o fantasma da liberdade” na bienal de Coimbra Anozero

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 29-02-2024

Imagem: redes sociais

A bienal de arte contemporânea de Coimbra Anozero vai contar este ano com 39 artistas em oito espaços da cidade, numa edição que arranca a 06 de abril e que procura refletir sobre “o fantasma da liberdade”.

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Na sua quinta edição, a bienal continuará a ter o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova como epicentro, desta feita com curadoria de Marta Mestre e Ángel Calvo Ulloa, que elegeram como tema “O Fantasma da Liberdade”, evocando, ao mesmo tempo, os 50 anos do 25 de Abril e os 100 anos do manifesto surrealista, foi hoje anunciado pela organização, em conferência de imprensa.

No Pátio das Escolas, haverá uma proposta do artista angolano Yonamine, que terá outra intervenção em Santa Clara-a-Nova, num diálogo com a coleção etnográfica da Universidade de Coimbra.

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O Jardim Botânico será espaço para uma obra de Jeremy Deller e em Coimbra-B estará a ecoar a canção “Cantar da Emigração”, poema da galega Rosalia de Castro musicado por Adriano Correia de Oliveira e que foi cantado pelos estudantes durante a ditadura, naquela mesma estação, quando se despediam de colegas que iriam para a guerra colonial.

Na Anozero, tanto estarão artistas emergentes, como Sandra Poulson, Paula Siebra ou Davi Pontes, ao lado de nomes históricos, como Robert Filiou, Clara Menéres, Túlia Saldanha, Maria Velho da Costa ou Luís Cília.

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O americano Adam Pendleton, a alemã Andrea Büttner ou o brasileiro Cildo Meireles são outros dos artistas que participam na 5.ª edição da bienal, que conta com a presença de artistas de diferentes países, como Angola, Argentina, Espanha, França ou Moçambique, entre outros.

Segundo a curadora Marta Mestre, há várias obras encomendadas pela organização da bienal.

Apesar da referência aos 50 anos do 25 de Abril, a curadora salientou que a equipa não queria fazer “uma celebração” daquela revolução e de outras revoluções do século XX, mas sobretudo dar visibilidade à experiência revolucionária.

“Não se trata de uma série de artistas a fazer uma ilustração de um processo histórico”, acrescentou Ángel Calvo Ulloa.

Durante a conferência de imprensa, o presidente do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), Carlos Antunes, realçou o estado de maturidade que a bienal atinge na sua 5.ª edição, tendo já criado “uma espécie de necessidade que a cidade reclama”.

Já o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, considerou que a Anozero é já “uma marca da cidade e da arte contemporânea portuguesa”, congratulando-se com o tema “muito feliz” da edição deste ano.

Tal como o autarca, também o vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC) Delfim Leão manifestou o compromisso total daquela instituição com a manutenção da bienal.

A bienal é organizada entre o CAPC, Câmara de Coimbra e UC.

Questionado pela agência Lusa sobre o processo relacionado com a transformação do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova em hotel, Carlos Antunes, que sempre criticou essa opção, voltou a manifestar a sua preocupação com a decisão.

“Estou convicto de que esse assunto ainda não esteja fechado”, disse.

Já o presidente da Câmara de Coimbra referiu que a desistência do primeiro candidato no concurso lançado não põe ainda em causa aquele processo, sendo agora analisada a proposta do segundo candidato.

“Poderá ser eventualmente atribuída ou não a concessão”, referiu.

A bienal irá começar a 06 de abril e estende-se até 30 de junho.

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