Câmaras

Carlos Encarnação diz que metro vai avançar

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 02-03-2014

O social-democrata Carlos Encarnação, ex-presidente da Câmara de Coimbra, considera que o projeto do metro está bem posicionado para beneficiar de apoios comunitários, por já ter “investimento feito num montante muito significativo”.

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“Mesmo que tenha menor prioridade relativa, ganha sempre pelo grau de avanço que já tem”, afirma Carlos Encarnação à agência Lusa.

Em 2012, o antigo autarca do PSD foi nomeado pelo Governo para coordenar uma comissão interministerial que produziu um documento com a reprogramação das obras do metro do Mondego.

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Carlos Encarnação recorda que o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, indicou na altura que o trabalho da comissão “seria para organizar o processo de candidatura” do metro ligeiro aos fundos da União Europeia disponíveis no período de 2014 a 2020.

Na candidatura a apresentar, “o esforço de investimento português” seria o dinheiro já aplicado nas obras, sobretudo no Ramal da Lousã, que rondará os 150 milhões de euros.

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“Era isso que estava combinado e que foi dito pelo secretário de Estado dos Transportes aos presidentes de Câmara envolvidos”, sublinha Encarnação.

Posteriormente, em 2013, o Governo criou o grupo de trabalho para as Infraestruturas de Alto Valor Acrescentado, que incluiu o metro do Mondego, em 15.º lugar, numa seleção de 30 projetos ferroviários, segundo o relatório final apresentado há um mês.

“Uma das coisas que pode fazer com que projetos que tenham eventual prioridade sejam ultrapassados por projetos que tenham teoricamente menos prioridade é, justamente, o estado de avanço do projeto”, acentua.

O projeto do metro “tem investimento feito num montante muito significativo”, faltando “apenas definir o futuro dele do ponto de vista empresarial e o contributo das Câmaras” em termos financeiros, salienta o ex-presidente da comissão que reprogramou os trabalhos em falta.

Contudo, o empreendimento “só tem equilíbrio económico se incluir a parte urbana”, articulando o metro com o sistema dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, preconiza.

“Se o projeto for candidatado apenas com a parte não urbana (Ramal da Lousã), levará um realíssimo chumbo da parte de quem aprecia a aplicação dos fundos comunitários”, adverte Carlos Encarnação.

Ana Bastos, docente da Universidade de Coimbra, enfatiza à Lusa “o compromisso político assumido pelo anterior Governo”, de José Sócrates, para concretizar o projeto, vindo depois a suspender a obra.

“A sua interrupção violou expectativas entretanto geradas, quer nos habitantes, quer em potenciais investidores, com repercussões muito negativas para a economia local”, lamenta.

Na decisão do atual Governo, “deve pesar o facto de a obra já ter sido iniciada e de terem sido investidas umas largas dezenas de milhões de euros”, segundo a especialista em mobilidade.

“As obras já executadas, além de em grande parte não servirem a população, tendem a degradar-se ao longo do tempo”, evidencia Ana Bastos.

Além de criticar o arrastamento do projeto do metro, o arquiteto António Bandeirinha lembra que o IC3 é “o único eixo do Plano Rodoviário Nacional que tem Coimbra como destino”.

Mas a sua inserção na cidade “é uma coisa absolutamente execrável”, critica Bandeirinha, considerando que Coimbra “tem vindo a perder a capacidade de integrar no seu tecido urbanos as novas frentes de acessibilidade rodoviária”.

 

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