Política

Candidato a secretário-geral do PS defende reforma da lei eleitoral para introduzir voto nominal

Notícias de Coimbra com Lusa | 5 meses atrás em 30-11-2023

Imagem: PS

O candidato a secretário-geral do PS Daniel Adrião defende uma reforma da lei eleitoral para introduzir o voto nominal e promete deixar a liderança dos socialistas se for primeiro-ministro, em nome da separação entre Estado e partido.

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Daniel Adrião assumiu estas posições em declarações aos jornalistas, na sede do PS, em Lisboa, depois de formalizar a sua candidatura e entregar a respetiva moção.

“Sou candidato oficialmente à liderança do PS. Não há dois, há três candidatos. E eu espero que daqui para a frente não haja informações acerca de dois candidatos apenas”, afirmou o socialista, que vai disputar as diretas de 15 e 16 de janeiro com José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos.

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Daniel Adrião acrescentou que se apresenta a estas eleições internas com os objetivos de “elevar Portugal” e de “devolver o PS aos seus militantes e à sua base social de apoio” e quer promover “uma agenda estratégica de médio-longo prazo que coloque Portugal no pelotão da frente da União Europeia no horizonte de uma geração”.

Interrogado se os outros candidatos não elevam Portugal, respondeu: “Eu acho que os outros candidatos estão em menos condições para cumprir esse grande desígnio, porque é preciso renovar, é preciso regenerar, é preciso abrir um novo ciclo com novos protagonistas, e eu penso que corporizo melhor essa mudança”.

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Entre os temas que a sua candidatura pretende levar a debate, Daniel Adrião destacou a “reforma da lei eleitoral, uma reforma adiada há décadas em Portugal”, para “que haja voto preferencial, voto nominal”.

No seu entender, o atual sistema eleitoral português “está completamente obsoleto, é até aberrante no contesto dos sistemas europeus”.

“Só em dois países [da União Europeia], em Portugal e Espanha, é que existe um sistema eleitoral de listas fechadas e bloqueadas. É uma aberração e nós temos de acabar com isso, porque isso significa que os cidadãos portugueses têm menos direitos eleitorais do que a generalidade dos cidadãos europeus”, apontou.

Questionado se ainda quer ver Mário Centeno como candidato do PS a primeiro-ministro nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março – posição que assumiu internamente numa reunião da Comissão Política –, Daniel Adrião considerou que “era um bom nome”, mas que essa “é uma questão resolvida: Mário Centeno é governador do Banco de Portugal, não vai ser candidato a primeiro-ministro”.

“Se ganhar as eleições do PS, serei candidato a primeiro-ministro. Se for eleito primeiro-ministro, sairei da liderança do PS porque não concordo com a acumulação de funções entre secretário-geral e primeiro-ministro”, prometeu. “Teremos de eleger depois um novo secretário-geral em eleições diretas”, acrescentou.

Daniel Adrião declarou-se defensor de “uma separação entre o aparelho do Estado e o aparelho do partido”, alargada a “todos os membros do Governo, que não devem acumular funções de direção executiva do partido”.

“É uma boa prática que existe em vários países da União Europeia, designadamente na Alemanha e na França”, referiu.

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