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Câmara de Poiares denuncia dívida municipal superior a 30 milhões de euros

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 25-11-2013

 O presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, João Miguel Henriques, revelou hoje que “herdou” uma dívida municipal superior a 30 milhões de euros, que coloca toda a atividade autárquica numa situação “limite”.

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Em declarações à agência Lusa, o autarca socialista, que sucedeu ao histórico Jaime Marta Soares (PSD), que governou o concelho desde 1974 até outubro, disse que o passivo já apurado é superior a 27,5 milhões de euros, a que acresce mais dois milhões de dívida à empresa Águas do Mondego, num processo que está em contencioso.

Considerando que a autarquia está numa “situação limite”, João Miguel Henriques referiu que “a tendência é para o aumento do valor da dívida, porque todos os dias chegam à Câmara fornecedores e comerciantes a apresentar faturas, sem que exista dinheiro para as liquidar”.

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“Parte do tempo dedico-o a ouvir queixas de pessoas que necessitam de receber o dinheiro que o município lhes deve, e do qual depende a sobrevivência dos seus negócios, e é muito triste não ter forma de lhes pagar”, acrescentou.

O presidente de Poiares adiantou ainda que não vai avançar com uma auditoria externa às contas por representar um custo que o município “não pode suportar”, embora reconheça que seria uma vantagem para transmitir “uma credibilidade diferente” aos números apresentados.

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“Estarmos a despender mais meios financeiros não se justifica. Nós estamos mais preocupados com a dimensão dos números e em encontrar soluções para a situação catastrófica em que nos encontramos”, sublinhou.

Acresce ainda, segundo João Miguel Henriques, que o anterior executivo contraiu uma dívida de sete milhões de euros ao abrigo do Plano de Saneamento Financeiro, com um prazo de carência de três anos que entra em pagamento em 2014.

Salientando que a receita anual do município é inferior a seis milhões de euros, o autarca frisou que tem uma tarefa muito complicada pela frente para endireitar as contas e questionou como foi possível “chegar a este estado”.

“Quem governou, empurrou os problemas para a frente, para quem viesse a seguir resolver e calhou-nos a fava. Mas não atiro a toalha ao chão e tudo farei para que quem vier daqui a quatro anos não encontre as contas neste estado”, referiu o antigo árbitro de futebol da I Liga.

O presidente da Câmara considerou que Poiares necessita de grandes investimentos para colmatar défices nas infraestruturas básicas, mas a situação financeira não vai permitir a sua concretização nos tempos mais próximos.

João Miguel Henriques criticou ainda alguns “elefantes brancos” construídos no concelho e processos de expropriações em curso para investimentos “que não são prioritários, mas que o anterior executivo pretendia fazer”.

“Somos confrontados com muitas expropriações para obras já efetuadas e outras que estavam planeadas, mas já conseguimos desistir de algumas e outras estamos em negociação para evitar uma catástrofe ainda maior nos cofres do município”, enfatizou o autarca.

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