vereador do Ambiente da Câmara de Lisboa admitiu hoje a necessidade de discutir a expansão do aeroporto ou a poluição provocada pelo terminal de cruzeiros, mas salientou que primeiro precisa de ter “factos” sobre o que está previsto.
Numa audição da comissão de Ambiente da Assembleia Municipal de Lisboa a propósito de petições sobre a expansão do aeroporto, a poluição de navios e o ruído, o vereador responsável pelos pelouros do Ambiente, Clima e Energia e Estrutura Verdes, José Sá Fernandes, reconheceu que estas são “matérias muito importantes para a cidade”, mas salientou que a “supervisão destes assuntos não compete à Câmara, embora a autarquia tenha todo o interesse em intervir”.
PUBLICIDADE
A propósito da petição “Aeroporto da Portela: queremos ser informados e ouvidos sobre os seus impactos”, Sá Fernandes recordou que o executivo aprovou em novembro, por unanimidade, a realização de um estudo sobre os diversos impactos da exploração do aeroporto da capital, nomeadamente ao nível de poluição, ruído e tráfego.
Nesse âmbito, foram solicitadas a diversas entidades documentos como o plano de expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, o plano de ruído em vigor e as infrações registadas relativas ao tráfego noturno.
“Estamos à espera das respostas para formularmos o que acharmos mais adequado, das informações resultarão as decisões mais adequadas”, disse o autarca, defendendo que “a primeira questão é conhecer o plano de expansão”, pois a autarquia só poderá encomendar o estudo quando tiver os dados.
“A expansão do aeroporto tem de ser discutida, mas com base em factos e pedimos os dados para termos esses factos”, insistiu, adiantando que espera ter resposta às questões colocadas pela autarquia durante o mês de fevereiro.
Sobre o terminal de cruzeiros, Sá Fernandes adiantou que a autarquia está “em diálogo com a Administração do Porto de Lisboa para perceber que medidas é que estão a ser equacionadas para uma nova forma de abordagem” do problema, “o que se está a fazer e o que pode vir a ser feito”.
“Tenho uma reunião com a Administração do Porto de Lisboa na próxima semana”, acrescentou o autarca, notando que o problema dos cruzeiros se prende com a paragem, porque quando os navios “estão no terminal parados têm os motores a trabalhar e fazem poluição”.
Mas, defendeu, “também se deve ver o resto dos barcos”, a poluição que as outras embarcações produzem.
Sá Fernandes adiantou também que a Câmara de Lisboa já lançou um concurso para ter “vários novos medidores” da poluição, entre 30 e 40, um dos quais será instalado no terminal de cruzeiros.
Os novos medidores não terão “o grau de exigência” dos que são utilizados pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, entidade que faz as medições ‘oficiais’ da poluição, mas já “irão dar bons indicadores”.
Sá Fernandes argumentou ainda que seria importante analisar o que se está a fazer noutros portos, “qual a prática em relação aos navios de cruzeiro e outros barcos”.
Relativamente ao problema do ruído, o vereador responsável pelo pelouro do Ambiente referiu que a Câmara tem preparado “um novo plano do ruído rodoviário”, mas há uma nova diretiva europeia que ainda não foi aplicada em nenhum país e que impõe “um modelo menos exigente do que o anterior”.
“Estamos num impasse”, notou.
Desta forma, Sá Fernandes defendeu que o melhor será “todos aguardarem, incluindo os peticionários, os dados para depois se discutir.
“A discussão tem de ter uma base, tem de ter dados”, argumentou.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
You must be logged in to post a comment.