Coimbra

Câmara de Coimbra diz que exigência dos motoristas dos SMTUC é “incomportável” (com vídeos)

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 02-08-2022

Os motoristas dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) estão em greve até ao próximo domingo, dia 7 de agosto. Em causa está o alegado incumprimento da empresa em relação às horas de trabalho. Ao Notícias de Coimbra, a Câmara Municipal diz que responder à exigência dos trabalhadores “traria impactos económicos avultados e incomportáveis para os SMTUC” e revelou que está agendada uma nova reunião com os sindicatos ainda para este mês de agosto. 

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A paralização parcial dos SMTUC, convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT), iniciou-se esta segunda-feira e ocorre às duas primeiras horas e às duas últimas de cada turno. Com esta greve, os motoristas querem “mostrar à Câmara e ao Conselho de Administração o seu descontentamento” por não estar a ser cumprido um acordo segundo o qual o tempo de deslocação de e para o local de serviço é contabilizado como período de trabalho. “Não é nada do outro mundo. Queremos o mesmo respeito que os outros trabalhadores da Câmara “, afirma ao NDC Manuel Oliveira, do SNMOT.  “Estes trabalhadores têm de terminar o serviço no mesmo local onde o iniciam. Caso isso não aconteça, a deslocação tem de fazer parte do horário normal de trabalho”, sustenta.

O NDC questionou a Câmara de Coimbra e o Conselho de Administração dos SMTUC sobre esta reivindicação que levou à paralização que deixa muitos utilizadores sem transporte. Em resposta escrita, José Manuel Silva e Ana Bastos referem que “a única exigência não atendida apresentada pelo SNMOT, se fosse aceite, traria impactos económicos avultados e incomportáveis para os SMTUC, quando os mesmos já se deparam com um déficit de mais de 2 milhões de euros (para além dos 6,8 milhões já assumidos pela CMC)”.

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Os responsáveis referem que “estes constrangimentos económicos foram apresentados ao SNMOT, na reunião do passado dia 27 de julho” e revelam que “já está agendada uma nova reunião com os sindicatos, ainda para este mês”.

Ao NDC Manuel Oliveira sublinha que “não podem ser os trabalhadores a suportar esse prejuízo”, considerando que, “contas feitas por baixo, cada motorista está a ser lesado numa hora por dia, o que correspondem a 22 horas por mês e mais de 200 horas por ano”. O dirigente afirma que o que está a ser reivindicado é algo a que os motoristas têm direito. “Não queremos ser privilegiados, mas também não admitidos ser prejudicados”, remata.

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Na resposta enviada ao NDC o presidente da Câmara de Coimbra e a presidente do Conselho de Administração dos SMTUC assinalam que “durante oito anos não houve greves nos SMTUC”, que “não foi retirado nenhum direito aos trabalhadores dos SMTUC” e ainda que “ao fim de nove meses de governação na Câmara” foram “confrontados com uma greve, apesar da total e constante disponibilidade para o diálogo”, lamentando o transtorno que a paralização está a causar nos utilizadores. “Apesar dos reconhecidos constrangimentos económicos os SMTUC continuam a bater-se pela garantia de um serviço público de qualidade, sendo para isso indispensável impor um modelo de gestão rigoroso, embora respeitador dos direitos fundamentais dos trabalhadores”, salvaguardam ainda. 

“Esta greve foi muito ponderada temos tentado através do diálogo chegar a entendimento, mas não estamos a conseguir ser ouvidos de outra forma”, argumentou Marco Rodrigues, motorista dos SMTUC e delegado do SNMOT. Os trabalhadores exigem o “cumprimento integral do acordo firmado entre o sindicato e o município de Coimbra, publicado em Diário da República em janeiro deste ano e que até aqui ainda não foi aplicado”, acrescenta. O responsável assegura que esta é uma questão que “está pacificada em todo o setor dos transportes, mas que aqui em Coimbra parece que está a ser difícil de aplicar”.

“Tentámos fazer esta greve num formato que prejudicasse menos as pessoas”, disse Marco Rodrigues pedindo “desculpa” aos utilizadores pelos inconvenientes causados. Caso a paralização “não surta o efeito pretendido” os trabalhadores vão avançar para nova greve no início do ano letivo. 

A expetativa reside agora na reunião entre a autarquia, os SMTUC e os sindicatos que se irá fazer ainda em agosto. 

Veja o direto NDC com Marco Rodrigues, do SNMOT:

 

Veja o direto NDC esta segunda-feira de manhã nas instalações dos SMTUC:

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“Se eu soubesse que havia greve nos SMTUC não tinha carregado o passe” (com vídeos) – Notícias de Coimbra (noticiasdecoimbra.pt)

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