O terceiro e último dia da media trip promovida pela Turismo Centro de Portugal começou com a sensação de que estávamos prestes a entrar num daqueles cenários que só existem em cartões de Natal.
E existia mesmo: chamava-se Aldeia de Montanha de Cabeça, o primeiro destino do dia e onde o espírito natalício já fervilhava antes de dezembro chegar.
A famosa Aldeia de Natal está em plena contagem decrescente. Pelas ruas estreitas, já cheira a giesta fresca e madeira, e o silêncio da serra só é interrompido pelo trabalho incansável dos moradores que, ano após ano, dão vida à aldeia mais sustentável do Natal português.
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Foi aqui que os jornalistas acompanharam de perto os preparativos da decoração, que já estão a todo o vapor.
Luísa Dias e José Marques, responsáveis por coordenar esta transformação mágica, partilharam com o NDC— alguns dos bastidores que tornam Cabeça tão especial: não há plásticos, não há luzes artificiais, não há desperdício.
Desde 2012, tudo é feito pela comunidade e com materiais naturais da própria serra. É criatividade pura, feita à mão, com alma e com orgulho. Arranca dia 6 de dezembro.
Enquanto caminhávamos, era impossível não sentir que a aldeia respira um sentimento de união raro — daqueles que nos lembram o verdadeiro lado humano do Natal.
A viagem até Alvoco das Várzeas fez-se em 35 minutos, sempre com uma paisagem fustigada pelos incêndios de agosto. À chegada, estava à nossa espera um mata-bicho na Paragem 43, o suficiente para ganhar energia antes de mergulhar num dos projetos desta aldeia: a Cooperativa Cowork @Aldeias de Montanha — inovação entre montes e rios.
A visita seguiu para a Quinta das Levadas, onde se respira ar puro, agricultura sustentável e hospitalidade genuína. Os jornalistas puderam conhecer o projeto e, claro, partilhar um almoço que reuniu sabores que só existem longe dos grandes centros: produtos da terra, receitas transmitidas de geração em geração e uma vista que entra no corpo como um reset natural.
O último destino era a Aldeia Histórica de Marialva, a 109 km, num percurso de cerca de duas horas. À chegada, cada pedra das muralhas parecia contar um capítulo diferente da história de Portugal. A luz atravessava o casario de forma quase cinematográfica — e ninguém ficou indiferente.
Foi neste ambiente medieval e imponente que teve lugar a apresentação oficial do Guia “Aldeias com História do Centro de Portugal”, que reúne narrativas, património e percursos culturais das aldeias históricas. Uma publicação que chega no momento certo, numa altura em que estas aldeias estão a ganhar nova vida, novos visitantes e novos projetos.
A media trip terminou com uma degustação de produtos regionais, daquelas que nos lembram porque é que o Centro de Portugal se destaca pela autenticidade dos seus sabores: queijos intensos, enchidos artesanais, compotas caseiras, vinho robusto e histórias contadas à mesa — o melhor cenário possível para fechar três dias memoráveis.
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