A Bonifrates estreia na quarta-feira, em Coimbra, “O Filho da Mãe continua… por aí”, uma peça baseada na trilogia de José Vilhena sobre Justino Freitas, uma personagem que procura o sucesso, a partir do compadrio, traição e hipocrisia.
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Para este novo espetáculo, a companhia de Coimbra adiciona um quarto capítulo à vida do “Filho da Mãe”, Justino Freitas, trazendo-o até à atualidade, onde este anti-herói traiçoeiro, hipócrita e mestre de jogos de poder acaba por ser colocado numa situação junto de “personalidades que toda a gente conhece”, contou à agência Lusa o encenador da peça, João Paulo Janicas.
Na peça, estará presente o fio cronológico da trilogia do escritor, humorista e cartoonista José Vilhena – “O Filho da Mãe”, “O Filho da Mãe volta a atacar” e “A Vingança do Filho da Mãe”.
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A trilogia, explica João Paulo Janicas, “começa com os progenitores do dito cujo e vai até à maturidade do filho da mãe”, com a Bonifrates a reconstituir esse fio sequencial, com a seleção de alguns episódios do anti-herói criado por José Vilhena, escritor associado à sátira e à crítica social.
“Vilhena concentra nesta personalidade alguns dos vícios do Portugal da época – estamos nos anos 1960 e 70. Em Justino Freitas é retratado aquele tipo de personalidade que faz da hipocrisia, dos golpes baixos e da sacanice formas de ascender na vida, desde a escola até ao trabalho e à política. Nesta história, encontra-se todo esse processo de ascensão, com uma personagem principal em que reconhecemos tudo o que censuramos na sociedade, mas também como estando à nossa volta, permanentemente”, vincou o encenador.
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Depois de o público assistir a essa ascensão degrau a degrau, Justino Freitas é trazido pela companhia Bonifrates até aos dias de hoje.
“Neste filho da mãe, reconhecemos alguns dos vícios, dos traços e personalidades que infelizmente continuamos a encontrar nos anos mais recentes. No nosso sentido de apropriação da história, procuramos relacionar esta personalidade e esta revisitação com os nossos dias, no espaço português e não só, abordando questões de política mais globais, como o populismo”, explanou.
O espetáculo tem adaptação dramatúrgica e encenação de João Paulo Janicas, cenografia de José Tavares, figurinos de Cristina Janicas, música de Amílcar Cardoso e João Fragoso, luz de Nuno Patinho e vídeo de Miguel Godinho, contando em palco com 14 atores do elenco da cooperativa.
Para além da estreia na quarta-feira, pelas 21:30, no Teatro-Estúdio da Bonifrates, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, haverá uma antestreia na terça-feira, dia do 39.º aniversário da companhia de teatro.
O espetáculo será também exibido a 01, 15 e 22 de fevereiro, sempre às 21:30.
A reserva de bilhetes pode ser efetuada através de e-mail (bonifratesbilheteira@gmail.com) ou por contacto telefónico (916 615 388).
Os preços dos bilhetes variam entre quatro e sete euros.
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