Portugal

Bombeiros voluntários criam comando nacional próprio sem autorização do Governo

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 14-04-2023

Os bombeiros voluntários criaram um comando nacional próprio, estrutura que vai ser oficializada no sábado depois de ter sido eleita com a intervenção da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e sem uma decisão do Governo e da Proteção Civil.

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Uma nova organização operacional dos bombeiros que inclui um comando nacional próprio, em que “bombeiros são comandados por bombeiros”, é uma das principais reivindicações da LBP e há muito exigida por esta entidade.

Depois de várias reuniões e tentativas de criar esta estrutura com o apoio do Governo e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), os bombeiros elegeram esta semana a primeira equipa do Comando Operacional de Bombeiros sem que tenha sido tomada uma decisão formal por parte da tutela.

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“Isto significa o encerrar de um processo. O processo decorre há mais de um ano quando a LBP entregou ao Ministério da Administração Interna e à ANEPC várias soluções para o reconhecimento de um comando de bombeiros em que os bombeiros são comandados por bombeiros e tratados de igual forma aos restantes agentes de proteção civil”, disse à Lusa o presidente da LBP.

António Nunes recusou que esta estrutura tenha sido criada à revelia do Governo e da ANEPC, uma vez que a pretensão dos bombeiros há muito que é conhecida e o comando nacional “não tem que ser instituído formalmente”.

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“Os bombeiros quando nasceram não nasceram formalmente. Os bombeiros há 150 anos não pediram autorização a ninguém para fazer a sua associação”, afirmou, acrescentando que no último ano tentaram encontrar uma solução para que no âmbito da direção nacional de bombeiros, que existe na ANEPC e atualmente trata assuntos administrativos, passasse também a integrar os assuntos operacionais.

António Nunes explicou também que o Governo não está contra a criação desta estrutura, mas apenas considera que “não é o momento oportuno, nem é uma prioridade”, existindo igualmente por parte da ANEPC a vontade para que este comando fosse criado daqui a 10 anos.

“Tem havido conversas de parte a parte, mas não há decisões, entendemos que os bombeiros têm a sua própria capacidade de realizar coisas e realizamos a coisa”, sustentou.

A cerimónia de início de funções dos comandantes de bombeiros eleitos para comandantes regionais operacionais de bombeiros, para comandante nacional Operacional e para os seus dois adjuntos vai decorrer no sábado nos bombeiros voluntários de Pinhal Novo, Palmela.

Questionado sobre o que vão fazer na prática estes comandantes, o presidente da LBP respondeu que vão fazer parte da estrutura da AGIF que faz pareceres técnicos e deliberativos, vão decidir sobre a formação e vão começar a trabalhar sobre planos prévios de intervenção.

Na próxima semana, a LBP vai enviar para o Ministério da Administração Interna os nomes da nova estrutura e o regulamento de funcionamento do comandando nacional operacional dos bombeiros, além de pedir uma reunião com o ministro sobre este processo.

“A curto e médio prazo vai ser reconhecido que esta estrutura é uma mais-valia para a defesa da população e que se consegue gerir melhor os meios e prestar melhor socorro”, referiu.

O comando nacional é uma estrutura de caráter voluntário e tem como diretor o comandante José Beleza, dos bombeiros de Barcelinhos, e como adjuntos o comandante de Ourém Guilherme Isidro (área de planeamento e operações), e comandante de Vale de Cambra Vítor Machado (Área de Logística e Administração).

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