Universidade

Boaventura de Sousa Santos acusa investigadora de “vingança” por ter sido “expulsa” 

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 8 meses atrás em 19-08-2023

Boaventura de Sousa Santos aponta a “vontade de vingança” da investigadora belga Lieselotte Viaene por ter sido “expulsa” do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, como o “móbil” daquilo que o sociólogo designa de “difamação anónima, vergonhosa e vil” e “tentativa de cancelamento”, que constam no capítulo 12º do livro Sexual Misconduct in Academia, The walls spoke when nobody would (As paredes falaram quando ninguém se atrevia), adianta o Diário de Notícias (DN).

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Boaventura de Sousa Santos concedeu uma entrevista ao DN, “na qual assevera que Viaene jurou vingança devido à dita expulsão, que teria ocorrido na sequência de um processo disciplinar que lhe foi instaurado no CES”.

“Vou dizer simplesmente factos. A principal autora do capítulo é uma investigadora belga que expulsámos do nosso centro. Tivemos de abrir um processo disciplinar contra essa mulher por má conduta – e ela prometeu vingança”, diz numa entrevista no Youtube a 11 de julho.

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O sociólogo e ex-diretor do CES também garantiu que uma das duas outras autoras do capítulo teria comentado com alguém “que o capítulo não era para ser contra o Professor Sousa Santos, porque o admiramos, mas foi a investigadora belga que fez a versão final, e então culpou-o de tudo, porque se queria vingar”, refere.

O facto de que Viaene, a autora principal do capítulo (sendo assinado por três investigadoras), teria sido mesmo despedida do CES parecia de resto “comprovado” na carta enviada por Boaventura de Sousa Santos aos media a 12 de abril.

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Nesta, intitulada “Diário de uma difamação”, o sociólogo anunciava que ia apresentar uma queixa contra as três autoras por difamação. À conversa com o DN refere: “Na minha opinião, que obviamente não compromete a Direção do CES, de que sou agora apenas Director Emérito, este artigo, no que respeita à sua principal autora, Lieselotte Viaene, é um ato miserável de vingança institucional e pessoal. (…) O seu comportamento [de Viaene] foi de tal ordem insolente e incorreto que o CES acabou por lhe abrir um processo disciplinar e não aceitou que ela indicasse o CES como instituição de acolhimento num projeto de candidatura ao European Research Council. Esta recusa teve como fundamento o comportamento anterior dela no CES. Em suma, esta investigadora foi expulsa do CES”.

A veracidade desta expulsão nunca foi publicamente refutada pelo CES. No entanto, questionado pelo jornal sobre se a investigadora belga foi, como diz, “expulsa” por aquele centro académico, o centro, através da sua direção, nega: “O contrato entre o CES e a Doutora Lieselotte Viaene caducou na data do seu termo, 31 de agosto de 2018. Não foi aplicada qualquer sanção disciplinar.”

Foi efetivamente instaurado a Viaene um processo disciplinar, em junho de 2018, esclarece o CES. Mas, adverte, este “não foi concluído”.

Assim, “não tendo havido uma conclusão definitiva do processo disciplinar, não foram concluídas diligências instrutórias e probatórias próprias de tal procedimento”, informa o CES.

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