Coimbra

Baixa de Coimbra perde café histórico

António Alves | 5 minutos atrás em 06-12-2025

As portas fecharam no dia 30 de novembro.

O Café “A Brasileira” voltou a encerrar. Situado na Rua Ferreira Borges, este espaço emblemático de tertúlia da cidade abriu portas no ano de 1927.

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Ao longo de décadas, foi frequentado por jornalistas como Albano da Rocha Pato e José Carlos de Vasconcelos (ainda estudante), pelo advogado antifascista Alberto Vilaça e por professores catedráticos da Universidade de Coimbra, entre eles Paulo Quintela, Vitorino Nemésio e Abílio Hernandez.

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Conta a história que intelectuais como Miguel Torga e Paulo Quintela frequentavam o café e, por vezes, pediam vinho branco servido em chávena para não chocar as fidalgas mais conservadoras, numa tradição curiosa da época.

Durante os anos 40 e 50, “A Brasileira” destacou-se pelo seu salão de chá e pelos pastéis produzidos numa fábrica própria, tornando-se num ponto de encontro cultural de referência, dá conta a Turismo Centro de Portugal.

Nos anos 90, foi o último café da cidade a servir exclusivamente o tradicional “café de saco”. Até que, em 1995, fechou portas para ali abrir um pronto-a-vestir da Gant.

15 anos depois (2010), o empresário Lúcio Borges decidiu “pegar” no espaço e recuperar a sua importância histórica, abrindo portas dois anos depois e após obras no interior.

No passado dia 30 de novembro de 2025, o histórico café de Coimbra volta a fechar portas. Em declarações ao Notícias de Coimbra, o encerramento deve-se ao facto de ter terminado o contrato de arrendamento que tinha com o proprietário do edifício. Um acordo de 15 anos, explicou, que “entendi não renovar”.

Sobre o futuro, Lúcio Borges referiu que o espaço irá reabrir pela mão de dois familiares do proprietário. Refira-se que, mesmo durante a gestão de Lúcio Borges, o café “A Brasileira” esteve encerrado alguns meses devido a um problema de saúde do proprietário.

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