Governo

António Costa avisa que redução do IVA da eletricidade para 6% é insustentável financeiramente

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 01-02-2020

 O primeiro-ministro avisou hoje que a aprovação de uma descida do IVA da eletricidade para 6% é insustentável financeiramente, representando 800 milhões de euros ano, metade da verba em causa para Portugal nas negociações do orçamento europeu.

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António Costa fez esta advertência no final da cimeira dos “Amigos da Coesão”, que juntou em Beja representantes de 17 Estados-membros da União Europeia, depois de interrogado se o Governo admite um cenário de crise política caso uma proposta de redução generalizada do IVA da eletricidade para 6% seja aprovada até quinta-feira na Assembleia da República, durante a fase de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2020.

O primeiro-ministro nunca falou em crise política, mas disse que, se uma proposta nesse sentido for aprovada (do PSD, Bloco ou PCP), “será um profundíssimo erro”, porque se tratará de uma medida “socialmente injusta, irresponsável do ponto de vista ambiental e insustentável financeiramente”.

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Perante os jornalistas, António Costa apontou um exemplo sobre a ordem de grandeza em termos financeiros resultante de uma proposta de descida do IVA da eletricidade para a taxa mínima.

“Face à proposta da Comissão Europeia de Quadro Financeiro Plurianual (2021/2027), estamos neste momento a discutir a manutenção de 1600 milhões de euros de fundos de coesão para Portugal. O que implicaria a descida generalizada do IVA da eletricidade seria uma perda em cada ano de 800 milhões de euros. Ou seja, estamos a falar de uma perda em cada ano de praticamente metade daquilo que estamos a lutar por manter em Portugal nos próximos sete anos”, alegou.

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Este exemplo, de acordo com o primeiro-ministro, “dá bem a noção da responsabilidade financeira que está em causa nesse debate” em torno do IVA da eletricidade no Orçamento do Estado para 2020.

António Costa insistiu depois que a proposta de redução do IVA para 6% “é socialmente injusta, porque dela não beneficia quem tem menores rendimentos e, portanto, menor consumo”.

“É também ambientalmente irresponsável num momento em que temos de fomentar a eficiência energética e em que não faz sentido um incentivo fiscal ao aumento do consumo. E viola ainda frontalmente as regras da União Europeia que proíbem uma diferenciação de taxas em função da natureza do consumidor”, sustentou.

Respondendo a argumentos, sobretudo do Bloco de Esquerda e do PCP, em relação à necessidade de combater a pobreza energética através da redução do IVA da eletricidade, o líder do executivo contrapôs que a medida adequada para esse objetivo passa pelo alargamento da tarifa social, “que na última legislatura passou a cobrir 800 mil famílias e vai continuar na presente legislatura”.

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