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Aluna cria sensor para travar assaltos nas casas da comunidade

Notícias de Coimbra com Lusa | 9 meses atrás em 07-08-2023

Gisela Chimoio, aluna de 16 anos de uma escola da cidade da Beira, centro de Moçambique, cansou-se de ver assaltos às casas dos vizinhos e criou um sensor eletrónico que agora vai instalar pela comunidade.

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“Têm acontecido muitos roubos. Os ladrões chegam numa residência, arrombam a porta, roubam os bens de casa, sem que as pessoas se apercebam”, explicou a aluna da Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, autora deste sensor eletrónico que alerta para movimentos estranhos nas residências da sua comunidade, o Bairro da Manga, na Beira.

Trajado com o seu uniforme escolar, ladeada do professor de química e responsável pela área de ciência e tecnologia naquela escola, Gisela conta que avançou com este projeto para tentar “minimizar” o problema dos assaltos.

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“Funciona com a presença das pessoas. Acionam a campainha e vai tocar. O sensor do movimento monta-se na área que se quer proteger”, detalhou, acrescentando: “Então, qualquer movimento que se passar na área a campanha vai tocar e aí você pode acordar. Você pode ligar para a polícia ou intervir e não chega a acontecer este roubo”.

A direção da escola pretende apoiar na produção de mais dispositivos idênticos e planeia igualmente fazer o registo do sensor eletrónico criado pela estudante, para proteção de propriedade intelectual.

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Orgulhosa, Gisela conta que levou dois dias para criar aquele aparelho, que por sinal foi o mais apreciado e solicitado na feira distrital de ciência e tecnologia, que se realizou recentemente na cidade da Beira, com projetos de alunos de escolas de toda a província de Sofala.

Admite tratar-se do primeiro projeto que passa do papel à realidade, mas espera criar outros, semelhantes, nos próximos tempos, face à procura por este sensor que funciona como alarme.

“Na feira distrital muita gente elogiou e pediu para montar, mas também para comprar”, atirou.

Com objetivo de fomentar o gosto pela ciência, as escolas têm selecionado crianças para desenvolver projetos a favor da comunidade, tal como o de Gisela, como explica o seu professor, Humberto Salingo Estevão: “O objetivo é criar para comunidade, identificar problemas e procurar soluções”.

O professor de química naquela escola assume a satisfação pela visibilidade alcançada pelo projeto de Gisela: “Sentimo-nos elogiados e satisfeitos com isto porque, na verdade, o nosso trabalho se faz sentir ao nível exterior. Então, são trabalhos que fazemos e depois tem estes resultados e isto já mostra a qualidade de ensino que nós temos ao nível interno e o esforço que nós estamos a fazer para o desenvolver”.

Também para a direção da Escola Secundária Mateus Sansão Mutemba, este projeto representa um exemplo do sucesso da aprendizagem.

“Sentimos que os objetivos do processo de ensino e aprendizagem estão a ser alcançados e os programas do ensino que preconiza estão a ser materializados”, afirmou João Ernesto, diretor-adjunto da escola, recordando que o programa nacional de ensino moçambicano já preconiza a criação de clubes de ciência.

“A nossa escola tem um grupo de ciências que funciona há mais de 10 anos, em que a cada ano selecionámos um grupo de melhores alunos entre meninas e rapazes para fazer parte”, explicou.

Neste clube, acrescentou, os alunos são incentivados a encontrar soluções científicas para problemas concretos, tal como aconteceu com Gisela Chimoio.

“No caso da menina, foi trazer um problema que para nós e outros parecem de difícil solução”, reconheceu o responsável.

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