Aldeia da Pampilhosa da Serra recordou o pânico de 2005

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 09-10-2017

A aldeia de Vidual, no concelho de Pampilhosa da Serra, reviveu os momentos de pânico dos incêndios de 2005, quando na noite de domingo se viu rodeada de chamas que obrigaram à retirada de 10 pessoas.

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vidual

As chamas rodearam Vidual, onde habitam menos de 80 pessoas, sendo que a sua maioria, tal como em quase todo o interior, são idosos.

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A aldeia começou a ser evacuada depois da ativação do plano municipal de emergência, às 17:00 de domingo, mas apenas 10 habitantes foram retirados das suas habitações, sendo que os restantes juntaram-se aos bombeiros para impedir da propagação do fogo e evitar males maiores.

“Ao final da tarde de domingo, isto metia medo. Ninguém se deitou ou dormiu” explicou Alice Vicente à agência Lusa.

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Esta reformada, de 64 anos, que trocou Lisboa pela sua terra natal, deixa elogios aos bombeiros: “Não há nada a dizer. Foram muito bons, não temos razão de queixa”.

Lúcia Vicente, de 56 anos, doméstica, corrobora as palavras da sua irmã mais velha e adianta que houve “muita ajuda” dos bombeiros e da própria população.

“Os que podiam, também ajudaram. Houve muito medo, porque o mato vem até junto das casas”, disse, apontando para a sua moradia, onde o mato quase lhe entra pelo quintal.

“Tudo à volta da aldeia é pólvora. Agora, todos falam, porque tivemos o incêndio de Pedrógão Grande. O perigo maior é a falta de limpeza junto às casas”, reforçou Alice Vicente.

As duas irmãs explicam que os terrenos estão cheios de mato porque os proprietários morreram e os herdeiros não ligam.

“Temos um país com muitas leis, mas ninguém as faz cumprir. Quando se vai à câmara ou à GNR, também ninguém faz nada”, desabafa.

Alice Vicente recorda os momentos de aflição que viveu e adianta que às 04:00 da madrugada havia “labaredas que metiam medo” próximo da sua casa.

Já a sua irmã, Lúcia, sublinha que, além do bom trabalho dos bombeiros, deve realçar-se o papel preponderante da população na ajuda aos “soldados da paz”.

“Foi o que valeu. Nós [populares] é que conhecemos o terreno. Ninguém dormiu. Conhecemos o terreno, os ventos e até as horas a que costumam mudar de direção”, concluiu.

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