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Afinal, gasta-se mais a pedir comida ou a cozinhar em casa?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 12 minutos atrás em 22-08-2025

No final de um dia longo, entre horas de trabalho, trânsito e a lista interminável de tarefas domésticas, a última coisa em que pensamos é em cortar cebolas e mexer tachos. A tentação é grande: abrir a app no telemóvel, escolher o prato favorito e, em menos de 40 minutos, a refeição chega à porta de casa. Mas será que esta conveniência não está a custar demasiado ao nosso bolso?

À primeira vista, pedir comida parece simples e inocente. Afinal, uma pizza a 9,90€ não é um grande gasto… certo? O problema é que raramente esse é o valor final que pagamos.

As taxas de entrega podem variar entre 2€ e 5€, e há ainda acréscimos em zonas mais afastadas. Muitos restaurantes cobram por molhos adicionais, sobremesas ou até guardanapos. Para compensar a comissão das plataformas, que pode chegar aos 30%, os restaurantes ajustam os preços, dá conta o Leak.

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Um exemplo real: um hambúrguer que custa 7,50€ no restaurante passa a 8,90€ na app. Somando entrega, bebida e gorjeta, a conta sobe para 15€ ou 16€ — cerca de quatro vezes o que custaria preparar o mesmo hambúrguer em casa com ingredientes frescos.

Preparar refeições em casa é, sem dúvida, mais económico: 1 kg de arroz custa cerca de 1,20€ e rende mais de 15 doses, um frango inteiro por 6€ dá para quatro refeições diferentes e massa com molho de tomate e queijo custa menos de 5€ para 3 a 4 pessoas.

Em média, uma refeição caseira ronda os 2 a 4 euros por pessoa, enquanto pedir comida raramente fica abaixo dos 12€. O “senão” é o tempo: planear, ir às compras, cozinhar e limpar faz do botão “Confirmar pedido” uma tentação difícil de resistir.

Se uma pessoa encomendar comida três vezes por semana, gasta entre 45€ e 60€. Ao fim do mês, são cerca de 200€ a mais do que se tivesse cozinhado em casa. Num ano, a diferença pode ultrapassar os 2 000€, o equivalente a umas férias no estrangeiro.

Além do custo financeiro, há o impacto na saúde. Comida encomendada tende a ter mais sal, óleos refinados e calorias escondidas. Um prato de fast food pode facilmente ultrapassar 1 200 calorias, quase metade da necessidade diária de um adulto. Já as refeições caseiras permitem escolher ingredientes saudáveis, controlar o sal e reduzir gorduras.

Não é necessário ser escravo da cozinha, nem pedir comida todos os dias. O segredo está no equilíbrio. Reserve encomendas para ocasiões especiais ou dias sem tempo. Planeie refeições rápidas (15 a 20 minutos) como massas, saladas ou omeletes. Cozinhe em quantidade e congelar porções e combine as opções: preparar a refeição principal em casa e pedir apenas a sobremesa ou um acompanhamento.

Se a dúvida é “gasta-se mais a pedir comida ou a cozinhar em casa?”, a resposta é clara: pedir comida sai sempre mais caro. Contudo, cozinhar todos os dias pode ser cansativo. A grande lição é perceber o peso desta conveniência nas finanças e no bem-estar. Usar o delivery como exceção não prejudica, mas transformá-lo em hábito faz o orçamento encolher rapidamente.

No fim, talvez a pergunta certa não seja “quanto custa cozinhar ou pedir?”, mas sim: quanto estamos dispostos a pagar pela comodidade?

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