Tribunais

Adiada leitura de acórdão de processo de tráfico de droga no interior de Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 hora atrás em 13-06-2025

O coletivo de juízes do Tribunal de Coimbra decidiu adiar a leitura do acórdão, prevista para hoje, de um processo com nove arguidos suspeitos de pertencerem a um grupo que assegurava o tráfico de droga no interior do distrito.

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A leitura de sentença foi adiada para 08 de julho, às 13:45, face a uma “alteração não substancial de factos”, disse o presidente do coletivo.

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Dirigindo-se aos arguidos presentes (parte deles encontram-se presos), o presidente do coletivo explicou que o Tribunal de Coimbra entende que a prova produzida “não suporta totalmente o que está na acusação”, num processo longo e com cerca de 300 factos, havendo agora um prazo para a defesa se pronunciar sobre as alterações feitas.

O processo debruça-se sobre um grupo de nove arguidos suspeitos de assegurar o tráfico de droga (sobretudo cocaína e canábis) na Lousã, Vila Nova de Poiares, Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, e concelho vizinhos, entre 2021 e 2023.

Na primeira sessão oito dos nove arguidos (um dos suspeitos não esteve presente) optaram por não prestar qualquer declaração, numa audiência onde foram ouvidos militares da GNR que admitiram alguma dificuldade na investigação face à dinâmica da rede.

O grupo, composto sobretudo por homens na casa dos 20 anos, teria pessoas com funções definidas e uma estrutura hierárquica determinada, sendo suspeito de ter arrecadado uma receita de pelo menos 250 mil euros com a atividade.

Numa acusação com cerca de 100 páginas a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público (MP) explica que o grupo começou por ser liderado por um jovem de 25 anos, que terá estruturado a organização, com hierarquia clara e tarefas definidas, juntando pessoas que já participariam no tráfico de forma autónoma.

Rodeado de dois braços direitos, o líder terá desenhado uma organização que procurava fugir à atenção das autoridades, com troca regular de residências e esconderijos para a droga, mudança frequente de telemóveis e uso de carros de terceiros nas deslocações ao Porto, para a compra da droga.

Na acusação, é ainda relatada uma disputa pelo comando da organização, depois de o suspeito de ser o líder ter sido preso em 2022, com várias alterações na chefia e na forma como atuava até ser desmantelado em julho de 2023, depois de uma série de detenções e apreensões.

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