Será este o futuro das entregas de comida e encomendas ao domicílio? Na Índia, pequenos drones ultra leves já transportam produtos a um custo quase simbólico — apenas 0,0008 euros por quilómetro.
A responsável é a Airbound, uma startup indiana fundada em 2020 por Naman Pushp, que tinha apenas 15 anos na altura. Hoje, aos 20, o jovem CEO acaba de angariar 8,65 milhões de dólares (cerca de 7,44 milhões de euros) numa ronda de investimento liderada por Lachy Groom, cofundador da Physical Intelligence.
O objetivo é ambicioso: revolucionar o custo das entregas com drones ultraleves e autónomos.
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Atualmente, as entregas na Índia são feitas sobretudo com motas elétricas, que pesam cerca de 150 quilos e transportam até 3 kg de carga. O custo energético ronda 2 rupias por quilómetro (cerca de 2 cêntimos), pode ler-se no ZAP:
Já o drone TRT da Airbound reduz esse custo para 0,10 rupias, o equivalente a 0,0008 euros por quilómetro — 20 vezes mais eficiente. O segredo está no peso: o drone é cerca de 30 vezes mais leve do que uma mota e dispensa condutor humano.
O drone utiliza um design “tail-sitter”, permanecendo na vertical durante a descolagem e aterragem, como um pequeno foguetão. Possui duas hélices apenas, em vez das quatro habituais nos quadricópteros, e uma asa integrada ao corpo, o que melhora a aerodinâmica e reduz o consumo de energia.
A primeira versão pesa 1,5 kg e transporta 1 kg de carga. A segunda, ainda em desenvolvimento, deverá carregar 3 kg e pesar apenas 1,2 kg.
A Airbound utiliza baterias de iões de lítio, que duram até 800 ciclos, em vez das mais comuns de polímero, com vida útil entre 100 e 200 ciclos.
Cada drone custa atualmente 1.720 euros para fabricar, e cada entrega tem um custo médio de 0,23 euros. A meta da empresa é reduzir esse valor para menos de 0,05 euros por entrega até 2026.A Airbound iniciou um programa piloto com o hospital Narayana Health, em Bengalauru, para transporte de amostras médicas e suprimentos hospitalares. Durante três meses, o serviço deverá realizar 10 entregas diárias, testando a fiabilidade e a segurança dos drones.
Outros setores de interesse incluem entregas de comida, comércio rápido e logística de última milha.
O protótipo da segunda geração deve estar pronto a voar em 2026, e a produção em série está prevista para 2027. A Airbound pretende fabricar mais de 100 drones por dia e atingir um milhão de entregas diárias até meados de 2027.
Após consolidar o mercado indiano, a empresa planeia expandir para os Estados Unidos dentro de três anos.
Atualmente, estão em curso negociações com a Autoridade de Aviação Civil da Índia para o início dos voos comerciais.
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