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A arquiteta que é padeira de “pães de extra-brutos ou brut-nature” em Coimbra

Angel Machado | 2 meses atrás em 14-02-2024

A Padaria Brutalista e o projeto Bruta, da arquiteta Patrícia Miguel, são novidades quentinhas, a sair do forno com a memória afetiva de uma infância recheada de amor e cuidado. Patrícia Miguel, a padeira arquiteta “moderna” e “brutalista”, gosta de chamar os seus pães de extra-brutos ou brut-nature.

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A avó Alzira foi quem lhe incutiu a paixão pelo pão. Os avós dominavam o ciclo do pão, tendo grãos próprios para consumo e cultivo. “Essa vivência foi fortíssima na minha infância, talvez a marca mais forte no meu crescimento”, afirma a arquiteta.

No início, ela fazia pão para consumo próprio, para os pais e amigos.

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Começou assim a história Brutalista dos pães, que está relacionada com a profissão de arquiteta, mais precisamente com o Movimento da Arquitetura Brutalista, que a cativou. Trata-se de estruturas em betão, tijolo, ferro e madeira. O seu interesse surge porque essa arquitetura desnuda os materiais que a suportam, sem o uso de revestimento ou imitações; e o pão de storytelling verdadeiro, é, também, feito com matérias-primas puras.

“A minha primeira encomenda de farinha foi com um moinho no Reino Unido (numa fase ainda pré-Brexit), bons livros sobre o assunto e um curso na Sourdough School da Vanessa Kimbell. Além de três cursos profissionais certificados; dois na Ferneto e um na CFPSA; cursos on-line, com o padeiro de Finisterra, Juan Luís Esteves, com Claúdio Perrando e com a Vanessa Kimbell. Foi assim que começou a minha aventura com o pão”.

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Patrícia Miguel, aproveita os conhecimentos científicos e técnicos na sua abordagem para a confecção dos pães artesanais. A sua política é de desperdício zero. Faz pães “em forma” para poupar espaço no forno e energia elétrica, e a massa-mãe excedente usa-a como matéria-prima para crackers quentes.

“Lembrar o sabor do pão da infância é, também, a minha forma essencial de realçar os valores da sustentabilidade do ciclo alimentar e da saúde.”

Os pães mais pedidos são: o pão de Sementes bio, de Azeitonas e o de Centeio – o de centeio, com uma percentagem de centeio de Videmonte. Todos são receita própria, inclusive, o pão simples de trigo.

“Inspiro-me em imensas fontes, mas no final, crio as minhas próprias receitas”, realça.

O diferencial da padaria está no uso de farinhas biológicas, na moagem de alguns grãos, nas percentagens de grãos locais e na paixão. “Só uso a massa-mãe como fermento, e respeito a fermentação longa, mais de 24horas”.

O Projeto Brutalista é mais que uma padaria, é uma homenagem da arquiteta Patrícia Miguel, ao pão, com ligações à melhor agricultura e a processos mais saudáveis. Ela entende que Arte Bruta homenageia, também, aos padeiros autodidatas de Portugal. E porque fazia sentido ter um nome português, assim, The Breahead, passou a chamar-se Padaria Brutalista. O pão que alimenta a esperança e se transforma em obra de arte, nas mãos de Patrícia Miguel, junta o que o pão tem de mais eclético e simbólico.

A Brutalista, na Portela da Cobiça, em Coimbra, distribuí os seus pães em cafés parceiros do projeto e as encomendadas podem ser feitas pelo contacto 916 252 602 ou pelo Instagram. Está aberta entre as 9:00 e as 17:00.

Clique na fotogaleria para ver alguns dos pães da Padaria Brutalista

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