Coimbra

PCP e Bloco de Esquerda criticam mudanças na Casa da Escrita de Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 10 meses atrás em 12-07-2023

O Bloco de Esquerda e o PCP criticaram as mudanças prevista pela Câmara Municipal de Coimbra para a Casa da Escrita, que pretende transformá-la na “Casa da Cidadania da Língua”, numa parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos.

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“As informações dadas [sobre o futuro do espaço] pelo presidente de Câmara [José Manuel Silva] são evasivas e contraditórias com outras informações tornadas públicas, fazendo temer a existência de compromissos assumidos sem transparência e sem discussão pública, nas costas da cidade e dos eleitos”, asseverou hoje o PCP, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

Os comunistas consideram ainda que o rebatizar daquele espaço vai redefinir os seus objetivos, trocando “uma missão concreta por generalidades”, que insistem “em conceitos como “marca”, “atratividade” e “diplomacia informal”.

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Recentemente, o município manifestou a intenção de transformar a Casa da Escrita (originalmente era a casa do poeta João José Cochofel) na “Casa da Cidadania da Língua”, numa parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos, presidida pelo assessor de imprensa José Manuel Diogo, cujo acordo com a autarquia ainda não é conhecido, nem se sabem quais os moldes em que irá funcionar a tal cooperação.

Para o PCP de Coimbra, a Casa da Escrita deve ser um espaço “dedicado à promoção da escrita, do livro e da leitura”, defendendo que aquele equipamento deveria ter uma exposição permanente que conte a sua história (foi um importante ‘abrigo’ para o movimento neorrealista durante o Estado Novo).

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Residências de criação literária, encontros de escritores com leitores, cursos de escrita, atividades pedagógicas, lançamentos de livros, clubes de leitura e a abertura de uma livraria naquele espaço situado na Alta de Coimbra são algumas das propostas do PCP para a Casa da Escrita.

Também o Bloco de Esquerda de Coimbra, num comunicado publicado na segunda-feira, salientou que os contornos do protocolo entre a associação presidida por José Manuel Diogo (e que tem como presidente da assembleia geral João Gabriel Silva, ex-reitor da Universidade de Coimbra e irmão do presidente da autarquia) “são desconhecidos”, assim como o futuro daquele equipamento.

“Esta situação é inquietante, sugerindo uma pulsão de captura de equipamentos públicos por estruturas privadas e revelando uma gestão pouco transparente da coisa pública. Mostra ainda a incapacidade do executivo municipal em ter uma política que não esteja presa aos chavões do empreendedorismo e da cultura como negócio ou pretexto publicitário”, contestou o Bloco de Esquerda.

A concelhia bloquista defendeu que o investimento na Casa da Escrita deve ser feito “respeitando a sua missão e aprofundando o papel daquele espaço na criação e fruição cultural e na dinamização do território”.

A Casa da Escrita foi inaugurada em 2010, pela mão do então presidente da Câmara, Carlos Encarnação (PSD), tendo na altura como curador o professor universitário José Carlos Seabra Pereira.

Posteriormente, já com Manuel Machado (PS) a presidir à Câmara de Coimbra, o poeta António Vilhena (que integrou as listas do PS à Assembleia Municipal nas últimas autárquicas) passou a ser o curador da Casa da Escrita, cargo do qual foi dispensado por José Manuel Silva, eleito em 2021 pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS/Nós/Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR e Volt).

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