Justiça

Terror em Cernache: Empresário ciumento tenta matar mulher e 2 amigos e apanha 11 anos de prisão

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 24-11-2025

O Supremo Tribunal de Justiça confirmou a pena de 11 anos de prisão aplicada a um empresário dos alumínios, de 58 anos, de Cernache, Coimbra, que, movido alegadamente por ciúmes, tentou matar a tiro a mulher e dois amigos desta durante uma reunião para preparar uma peregrinação a pé ao Santuário de Fátima.

O acórdão rejeitou o recurso apresentado pelo arguido, que pretendia reduzir a pena para nove anos, mantendo assim a decisão da Relação, que já havia diminuído os 13 anos impostos inicialmente pelo Tribunal de Coimbra em dezembro de 2023, pode ler-se no Correio da Manhã.

Os factos remontam a 1 de maio de 2023. Na tarde desse dia, a mulher do empresário, de 53 anos, encontrava-se reunida com dois amigos nas instalações da empresa familiar, em Vendas de Pousada, para organizar caminhadas. O grupo lanchava quando o empresário chegou ao local, regressado de um convívio com caçadores onde consumira bebidas alcoólicas. Após uma breve apresentação aos presentes, ausentou-se e dirigiu-se a casa para ir buscar uma caçadeira.

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Meia hora depois, quando o grupo se preparava para abandonar o local, o empresário saiu da sua carrinha e disparou duas vezes sobre um dos homens, de 63 anos, atingindo-o de raspão no peito e provocando uma fratura exposta no braço esquerdo. De seguida, procurou o segundo homem, de 69 anos, que se encontrava noutro automóvel, disparando e ferindo-o gravemente na face e na zona ocular direita — lesão que viria a resultar na perda do olho.

O agressor avançou então em direção à mulher, que estava dentro do carro, ameaçando: “agora é que vais ver”. Disparou duas vezes à cabeça da vítima, atingindo-a na zona retroauricular esquerda. Um dos tiros falhou, permitindo-lhe fugir. O empresário perseguiu-a e, já sem munições, desferiu duas pancadas violentas com a espingarda na cabeça da mulher, que caiu inanimada no chão.

O homem fugiu para casa, onde possuía um vasto arsenal — quatro carabinas, quinze caçadeiras e várias munições — e tentou suicidar-se. Foi encontrado pela filha e sobreviveu. Antes da tentativa, deixou uma carta dirigida aos filhos, pedindo perdão e insultando a mulher. As três vítimas sobreviveram, embora com sequelas graves.

O casal viria a divorciar-se pouco depois. O empresário, sem antecedentes criminais, encontra-se em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Aveiro desde que recebeu alta hospitalar.

Ao negar o recurso, o Supremo sublinhou a extrema gravidade do caso, referindo que crimes deste tipo, envolvendo várias vítimas, provocam “alarme e intranquilidade no tecido social”, exigindo “severa, efetiva e pronta censura”, revela o mesmo jornal. Os juízes destacaram ainda o “contexto inusitado” e a “total surpresa” para as vítimas, bem como a “intensa e inabalável resolução homicida” demonstrada pelo arguido, que agiu sem qualquer sinal de arrependimento ou controlo dos impulsos.

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