Tribunais
‘El Quintas’ nega “alguns factos”. Está acusado de ferir a tiro, violar e raptar duas jovens

Imagem: DR
O arguido acusado de ferir a tiro, violar e raptar duas jovens em Castelo de Vide prestou hoje declarações na primeira sessão do julgamento no Tribunal de Portalegre e negou “alguns dos factos”, disse a sua advogada.
O julgamento do homem, de 74 anos e de nacionalidade espanhola, arrancou hoje de manhã e, à saída do tribunal, na pausa para almoço, a sua advogada, Marisa Gonçalves, afiançou aos jornalistas que o arguido “está colaborante” com a justiça e “prestou declarações” perante o coletivo de juízes.
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“Não admitiu alguns dos factos que constam na acusação, mas temos de continuar a produção de prova e vamos aguardar tranquilamente”, acrescentou a advogada, num resumo aos jornalistas, visto que o julgamento decorre à porta fechada.
Sem especificar quais foram os factos que o arguido negou perante o coletivo de juízes, Marisa Gonçalves remeteu “para mais tarde” esclarecimentos sobre esta questão.
O início do julgamento estava marcado para as 09:30, mas apenas cerca de 10 minutos depois desta hora o arguido, que se encontra em prisão preventiva, chegou ao local trazido por guardas prisionais e entrou por uma porta lateral do tribunal, pelo interior de um centro comercial.
O julgamento prossegue esta tarde e, de acordo o portal de justiça Citius, consultado pela agência Lusa, esta semana está agendada uma outra sessão, na sexta-feira, também a partir das 09:30.
Em janeiro, o Ministério Público (MP) revelou ter acusado o homem de um total de 10 crimes.
O arguido responde em tribunal por dois crimes de homicídio qualificado na forma tentada, dois de violação, dois de rapto, dois de roubo agravado pelo uso de arma de fogo na forma tentada e outros dois de detenção de arma proibida, segundo o MP.
Quando divulgou a dedução de acusação, o MP lembrou que os factos ocorreram no dia 06 de agosto de 2024, na zona da Barragem de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide, distrito de Portalegre.
As vítimas foram duas jovens, à data dos factos com 17 e 22 anos e que, hoje, têm agora 18 e 23 anos, as quais testemunharam para memória futura e não estiveram hoje presentes no arranque do julgamento.
O arguido está a cumprir prisão preventiva no Estabelecimento Prisional da Carregueira.
O inquérito foi dirigido pelo MP da Procuradoria do Juízo de Competência Genérica de Nisa, coadjuvado pela Polícia Judiciária (PJ).
Em 06 de agosto 2024, fonte da GNR revelou à Lusa que as duas jovens tinham sido atingidas por tiros de caçadeira, que lhes provocaram ferimentos considerados graves, junto à Barragem de Póvoa e Meadas.
O homem foi detido pela GNR por suspeita da autoria dos disparos, no local da ocorrência, depois de ter tentado fugir, indicou na altura a mesma fonte.
Segundo a fonte da Guarda, os militares da GNR encontraram as jovens manietadas, uma delas com braçadeiras de plástico, ambas despidas da cintura para baixo, enquanto o suspeito encontrava-se em roupa interior.
De acordo com informações da GNR na altura, o suspeito residia junto à barragem. Já uma das jovens vivia em Castelo de Vide e a outra na zona de Lisboa.
O alerta para o caso foi dado às 23:50 do dia 06 de agosto de 2024.
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